por José Maria Correia
Ontem mais uma vez me senti profundamente injuriado e indignado com os gritos e gestos racistas de parte da torcida do Valencia contra o grande atleta Vinicius Júnior que brilhava em campo como um dos melhores do mundo.
– Mono, macaco , filho da p.
-Animal
– Me cgo em teus mortos .
Ofensas contra Vini por ser negro e de origem humilde .
Como se fosse um crime.
Todas proferidas com berros odientos , gestos e referências escravistas.
Que vergonha para os espanhóis que já carregam um passado vergonhoso de destruição e genocidio no México, Peru e em tantos outros países.
É a história se repetindo recorrentemente.
É o racismo , e o que há de pior na velha Europa colonialista e pelo mundo afora.
Me pareceu ver redivivo e liderando os insultos na torcida , Tomás de Torquemada , o grande inquisidor espanhol , com seu capuz e tocha aos gritos exigindo as chamas da fogueira ou o linchamento para Vinicius Júnior
O ditador Francisco Franco poderia também estar na tribuna de desonra ao lado de seu braço direito do terror o General Millán-Astray, o mutilado maldito.
Certamente também devem estar indignados os espanhóis democratas e progressistas que tem em sua história de luzes Cervantes , Federico Garcia Lorca, Miguel de Unamuno, Dolores Ybarruri, La Passionaria e tantos que influenciaram a humanidade com suas suas obras literárias e ideais
Se lá na Espanha, a entidade La Liga hoje enxovalha o esporte com ódio e preconceito , em nosso continente temos a competição “ Libertadores da América” que simbolicamente homenageia os que pela independência lutaram contra o imperialismo espanhol: Bolívar, San Martin , Tupac Amaru .
E ainda assim vez por outra surgem iguais manifestações.
O jogo deveria ter sido interrompido e essa parte dos torcedores do Valencia identificada , processada , retirada do estádio e o clube severamente punido com perda de mando de jogos, multa e outras sanções.
Ou encerrado com perda de pontos para o time dos ofensores.
Pior, Vinicius sofreu um violento mata-leão traiçoeiro, reagiu com um safanão, levou um cartão vermelho, foi expulso e o agressor ficou impune.
De digno ficou a declaração indignada do técnico Ancelotti, que repudiou fortemente o racismo e denunciou a complacência da Liga Espanhola com o preconceito e o ódio.
– “ No va passar nada “
Ou seja vão passar pano.
Todos temos que reagir contra o racismo que nos enoja onde ele se manifestar .
O futebol já nos deu muitas alegrias, até equivocadas, mas é preciso que o mal, o ódio, o racismo, as negociatas e as fraudes desapareçam dos gramados .
Não dá mais.
Saudades do jogador doutor Sócrates e de seus protestos contra a canalhice no futebol.
Canalhas, Canalhas …
Como neto de espanhóis faço minhas as palavras de José Maria Correia, e acrescentaria que parece que a Humanidade parou no tempo. De volta a Espanha de Franco e a de Torquemada, como bem colocou o brilhante José Maria. Esses espanhóis sem noção (que verguenza Diós mio) estão a merecer uma grossa e porongosa Vara da Lei.
Agradeço os comentários do meste Nelson Padrela, eu do lado paterno dos Gomez também descendo de espanhóis.
Mas não desses canalhas e bárbaros que andam pelas ruas e os estádios, os carecas Skin Heads nazistas , os hermanos argentinos que nos chamam de macaquitos e os brasileiros e paranaenses que imitam macacos para ofender jogadores pretos.
Todos esses envergonham seus países e a humanidade
José Maria
Pois é Xerife vergonha aos galegos medíocres. Pelo texto . Abs joao feio
A consciência sórdida e racista revela o pensamento de um país. A impunidade é a mãe de todos os males.
O gesto deplorável ainda foi defendido pelo presidente de lá liga, o que de fato importa é manter a indústria do entretenimento que geram bilhões de euros.
Cabem as leis, se existem, daquele país entrar em cena para por fim a quaisquer tipo de manifestação ofensiva.