Olha a roda girando! Todo domingo no parque desde aquele festival da Record. A menina sardenta dos Mutantes estava lá e o administrador de empresas Gil cantou a música como um filme. Olha a faca! Agora cravou no coração da alma de quem ficou com Rita Lee para sempre. Não foi. Ela não foi. Nem quando alguém quis se matar pulando da janela. Amor louco? Loucuras outras. Batmacumba porque Ando Meio Desligado. Ela pairava sem fazer esforço. Seriam aqueles olhos claros que enxergavam pra dentro? Estava pronta para ser rainha. Sempre. Numa noite com a banda Tutti Frutti ela caminhava pelas alamedas do Parque São Jorge e pediu para ser ouvida atrás do palco do ginásio onde seria o show. Uma pergunta: existe rock brasileiro? Perguntinha boba exatamente para quem era o próprio rock brasileiro. A revista era a Pop. Ela a musa, a mais popular. Dali em diante o repórter viu, anos depois, ela rodar a baiana com a polícia durante uma apresentação. Brasileira até o talo! Ela casar com Roberto de Carvalho, ter três filhos, família, acelerar a roda da vida, ficar doente, emagrecer, sumir sem sumir – porque impossível, conseguir parar com drogas, aparecer de vez em quando e, ouçam, fazer quem tem coração sempre ouvir Meu Bom José. Amém.