por Thea Tavares
São encantadores, espetaculares
Até na expressão da realidade.
São humanos
Até quando interpretam divindades.
São divinos e extravagantes
Porque sentem e transmitem
Emoções de verdade.
Você os vê deslizarem no palco,
Exalando a força da criação, do talento,
O dom de representar
Em balé fluido e inventivo
Sua sólida capacidade de
Tão pouco imaginar.
Instigantes e portadores
Dessa tal sinceridade.
Você pensa na magia
Que os depositou naquele palco
Dentro de uma cena projetada,
Escrita, decorada e não mais reprimida
Para cantar belezas, desejos,
Paixões, contestações, enfim, delicadezas.
Suas palavras, emissárias,
São ao mesmo tempo
Uma passagem e um meio,
Portais das musas
Que nos devolvem às
Entranhas do só ser
E à fina percepção do só sentir.
Espelhos da essência,
Reflexos da natureza.
De onde essas pessoas surgem
Para intuitivamente nos encantar?
De onde vêm?
Será que sofrem, se atormentam,
Será que têm dores a superar
Ou perdas para o auto fortalecer?
Desassossegados e irrequietos que são
Se apresentam inteiros
A cantar o amor e suas buscas…
Vãos.
Passam com uma alegria incompatível
À ciência dos nossos dias
E levam adiante suas privações.
Soam a disparates,
descolados e insanos,
A dançarem em luta interior
Por uma e duas sobrevidas.
O nome desse desvario todo
É beleza.
A que eu respondo
Com a mais profunda gratidão
Emanada do peito de quem ressoa
E timbra a tamanha, tênue
E mais suave das gentilezas.