17:39Franco

Tenho visto ele por aí. Nas ruas movimentadas de qualquer cidade e até em cartazes de propaganda. E ele me aparece nos sonhos do jeito que sempre foi. Como me recebeu em sua casa duas vezes. Cheguei assim, de mala de cuia, saído de outras. Fiquei pouco. Porque, doidivano, na procura de um caminho. Não sei se ele achou i dele, mas na tentativa roubou duas namoradas minhas. Não me afetou. Por que? Amizade pura e sem frescura. De presente apresentei um ídolo na guitarra e um na literatura. Ele nunca esqueceu. Era assim que funcionava. Sem script, como deveria ser sempre e com todos – mas não é. Quando surgiu a doença, parecia que não sofria. Uma vez mostrou a quantidade de remédios que tomava – e fez uma piada. Foi a última em vida. Deixou filha e um neto. Também Pedro. Pelo que conheço, também franco.

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