Se eu fizesse um poema
No qual eu me reconhecesse,
Me refizesse,
Visse o meu rosto de flor,
Que me iluminasse,
Sol,
Que me suportasse,
Trapézio,
Que me ultrapassasse,
Avião.
Se existisse tal poema, a minha vida estaria concluída.
No instante do vislumbre, um feixe do beijo tardio que cobriria o meu corpo e selaria a minha alma, para me transportar para o meu outro lado.
Poema sem palavras, feito de desejo e de fogo.
Onde tudo fosse campo, tudo fosse mar,
E eu emergisse da sombra que me imagino para brilhar em alguma pétala fora da rosa.