Bandido é bandido, polícia é polícia. Lucio Flavio Villar Lírio. Ele leu o noticiário, viu o filme, mas depois de muito tempo ficou só a frase. Então nos descaminhos da vida entrou em contato com esses aí que pedem votos, prometem o paraíso, são energizados pelo poder e o dinheiro que saiu de bolsos anônimos. Ah, isso aí mesmo, são de quem não tem cara, daí nenhum pingo de remorso. Sambado da vida e de ver tanta coisa, lembrou da frase porque lá pelas tantas, quase no fim do segundo tempo da vida, apareceu uma espécime mais venal – o falso honesto. Um dia, depois de ver tanta enganação partindo de quem até os pelos daquele lugar não eram naturais, escreveu num papel: “Prefiro lidar com bandidos. Eles sabem que eu sei que são bandidos – e assim a vida continua”. Guardou na gaveta do criado-mudo que comprou num antiquário. Lia todo dia de manhã e rezava para que os falsos fossem desmascarados para que se juntassem ao outro bando. Porque era mais mais honesto.