Foi um dia normal, como tantos outros. Dona Anja tinha dado banho nos seus demônios, enxugado cada um com toalhas de feltro, e nisso ela era muito boa – lidava com seus demônios com rara competência. Ao contrário do marido, um cabra safado que tratava os demônios da sinhazinha com desamor. Ciúme, vai ver. Daí, Dona Clarisfelda, que é como seus amiguinhos peludos a tratam, separou o mais carnudo e convidou:
– Vamos a bailar?
O rapaz era muito educado:
– Por que não bailas com teu esposo?
Ao que a matrona respondeu:
– Não sentes esse cheiro de batata queimada? Meu esposo já bailou há muito tempo.