por Fernando Rodrigues, no Facebook
Enquanto o governador passeia na Europa e o governo reabre o Canal da Música, a maior e mais importante praça da Cultura paranaense agoniza. Numa audiência na Assembleia Legislativa, a ex-diretora do Centro Cultural Teatro Guaíra, Monica Rischbieter, afirmou que o Guairão “está fadado a acabar” (confira no link do Plural)
Não há na curta biografia(?) de Ratinho Jr registros de real apreço pelo teatro, cinema, dança… Quase sempre, aparecem eventos religiosos, shows sertanejos, pescaria e rallye como atrações do gosto do governador, e é um direito dele gostar do que quiser.
Na audiência com os deputados, ninguém da área cultural compareceu, nem mesmo a superintendente de Cultura, Luciana Casagrande Pereira, ou o secretário de Comunicação e Cultura, João Evaristo Debiasi.
Mais que o grandioso e histórico palco na Praça Santos Andrade, o Guairão é um complexo de espaços e de ações culturais de reconhecida qualidade nas apresentações, na produção de espetáculos e na formação de novos profissionais. Na avaliação de Rischbieter, esse patrimônio do Paraná e do Brasil vem sofrendo um desmonte com crônica falta de recursos no atual governo.
Reabrir o Canal da Música é uma boa notícia, quanto mais espaços para a Cultura, melhor. Mas é estranho que isso aconteça enquanto o Teatro Guaíra não recebe o necessário para que funcione bem.
Silenciosa também é postura da maioria dos políticos que parecem querer distância da chamada Cultura tradicional, aquela que é respeitada e aplaudida em Paris, Tóquio, Nova Iorque e, ainda, em Curitiba.
De novo, o governador e sua claque podem ter as preferências que quiserem, podem não gostar de textos e canções que preguem a igualdade e a diversidade, podem sentir prazer com um show de Gusttavo Lima ou do cover do ABBA…
O que não é aceitável é que uma espécie de “leptospirose cultural” atinja a saudável História da Cultura do Paraná e condene ao desaparecimento a beleza que é o Guairão lotado, de pé, aplaudindo…
Muito boa sua observação. São poucas casas de espetaculos como o nosso Teatro Guaira, no Brasil. Mas, Casa de Espetaculo, sem espetaculo, de nada adianta. Para alguns membros do atual governo uma viola e um pequeno grupo de cantadores, em qualquer lugar, penso que ja está bom. Esquecem que nem todos os habitantes desta terra apreciam as modas de viola e desprezam os grandes espaetaculos..
Sem esquecermos do obsequioso silêncio das “autoridades competentes”, por ocasião do encerramento das atividades do Centro de Convenções de Curitiba, que teve sua implantação e inauguração no Governo João Elisio, em imóvel do antigo Cine Vitória.
Fruto do empenho de entidades privadas e, mesmo, de pessoas físicas, junto ao Governo Estadual, aquela obra, após decisão monocrática e pessoal do antigo Secretário da Fazenda do Governo Beto Richa, o esquecível Mauro Ricardo Costa, fechou suas portas definitivamente num sombrio 31 de dezembro, sob o silêncio tronitruante e ensurdecedor das entidades diretamente interessadas no assunto.
Será que não serei enquadrado no supremo, por estas relembranças?
Cartas à redação (como se dizia antigamente…)
Bom, o rato é da turma do bozo. E sabe como esse povo “gosta” de cultura, né?
Monica enquanto diretora Presidente do Teatro Guaíra, ajudou no sucateamento do mesmo. Rebaixou cargos, extinguiu profissões e agora vem falar mal do colega dela, Ratinho. Se ela ainda estivesse no poder, seu discurso seria diferente. Depois de exonerada começou a participar de diálogos sobre cultura, e até se aproximou do sindicato dos artistas e técnicos do Paraná… Se não fosse filha de quem é, já estaria no ostracismo. Politicagem que chama, né?