Duas pedras de gelo. Meus pés. Ligação direta na memória. Barras de gelo carregava. Para os barcos dos bacanas. No tempo dos engradados com cerveja e refrigerante. O mar ali para eles. O inferno aqui para o adolescente. Sorria, porque pode vir uma boa gorjeta. Amigos descobrindo a vida e o contato com elas nos bailinhos. O som é Bee Gees. Ok, eu comia filé chateaubriant, à parmegiana ou camarão pistola à baiana. Na cozinha do restaurante do yacht club. Para um especialista em arroz, feijão e bife duro, tudo fazia parte da descoberta de outros mundos. Prometi a mim mesmo que no futuro voltaria ali, como sócio. Silvio Santos riu depois, numa tarde de domingo: “Que mentira, que lorota boa, que mentira que lorota boa!” Pedras de gelo. Carreguei e carrego.