Do enviado especial

Não causou surpresa a ausência do governador Ratinho Junior na visita do presidente Jair Bolsonaro à Expoingá, ontem (11), em Maringá. Ao desembarcar no aeroporto, o presidente cumprimentou populares e se deslocou de moto até o Parque de Exposições Agropeucárias, onde uma multidão o aguardava junto com políticos de vários partidos que o apoiam. Ratinho Junior vem evitando aparecer em público para não ser vaiado e enfrentar manifestações de servidores estaduais, principalmente policiais militares, como aconteceu recentemente.

O governador foi recebido com vaias nos últimos eventos em que compareceu ao lado do presidente quando este esteve em visita ao Paraná: em 27 de agosto de 2020, no lançamento da pedra fundamental da duplicação da BR-469, em Foz do Iguaçu; em 4 de fevereiro de 2021, na inauguração do Centro Nacional de Treinamento de Atletismo, em Cascavel; em 1º de outubro de 2021, no Parque de Exposições Agropecuárias de Maringá (mesmo local onde Bolsonaro esteve ontem), onde Ratinho devolveu o microfone após falar por apenas 25 segundos.

Depois disso, o Palácio Iguaçu sempre alegou incompatibilidade de agenda – daí não ter prestigiado a agenda presidencial em Castro e Ponta Grossa, no dia 5 de novembro do ano passado, para inaugurar uma obra da Sanepar financiada com recursos federais. No último dia 7 de abril, Ratinho tentou voltar a acompanhar o presidente em uma missa no Santuário de São Miguel Arcanjo, em Bandeirantes, mas novamente foi recebido com protestos.

O ano é de campanha pela reeleição, mas sair pelas portas dos fundos, como já aconteceu, é esquisito. Sair pelos ares, de helicóptero, também. O fato é que as manifestações do funcionalismo, insatisfeito com a defasagem salarial na data-base podem se transformar numa dor de cabeça que só aumenta.