de Carlos Castelo

§ O Barão de Weintraub (ex-Educação) e São Ernesto de Burgos (ex-Relações Exteriores) criticaram a aliança do rei Jair, o Bronco, com partidos do Centrão. Para o santo, o grupo começou a dominar o sacro-império e pautar tudo, prejudicando a política externa. Já o cavaleiro do Santo Graal, Sir Weintraub, declarou, ainda muito magoado, que os conservadores foram “substituídos por essa escumalha”. E não poupou críticas nem ao rei, nem ao parlamento. “Desde que vim, a pedido de Sua Majestade, trabalhar nas Terras Altas nunca mais fui chamado para torneios medievais, nem para charlar em torno da távola redonda”.
As declarações ocorreram durante a “Gesta dos Conserva”, teatro de marionetes do qual os dois fazem parte, ao lado do também títere Ricardo Salles (ex-Meio Ambiente) e de outras personalidades simpatizantes de Mussolini e Amado Batista. Outro convidado da performance foi São Malafaia de Roncesvalles, que criticou a postura de conselheiros palacianos durante um transe em que recebeu Jesus Cristo, Judas Iscariotes, o papa Clemente V e um motoboy que lhe entregou uma maleta com um milhão de reais.

§ O artigo sobre racismo reverso do Risério deu o maior revertério. O autor sempre foi paradoxal. A começar pelo sobrenome. Para mim, só o Buster Keaton ria sério. De tudo que li fico com a opinião do Gregório Duvivier. Escreveu o nosso grande sonetista na FSP:
“Risério deixa de ser risível quando a gente lembra que o negócio tá sério. Não estamos num armazém do Brooklyn. Por aqui, as cotas raciais estão sendo reavaliadas. Nossa única medida de reparação histórica por séculos de escravidão corre o risco de ir pelo ralo. Talvez por isso o autor finja debater o racismo americano — e não encare esse elefante na sala”.
De fato, falar sobre racismo reverso em Mid-Manhattan é fácil. Agora, vem pra cá. Aposto que qualquer um fica sério, sem rir. Nem que seja da última anedota infame do presidente.

§ – Pai, a economia do Brasil faz aniversário?
– Sim, filhinha, todo ano ela faz.
– Então por que não cresce?