Do Analista dos Planaltos
O ex-procurador Deltan Dallagnol está inconsolável. O motivo é a manchete estampada na edição de hoje do jornal “O Estado de S. Paulo”: “Procuradores chegam a receber, em um mês, mais de R$ 400 mil”. É estarrecedor. E justamente agora que Dallagnol deixou a Procuradoria da República para tentar carreira na política partidária. Trocou um salário que poderia chegar próximo a esse valor por uma remuneração de R$ 20 mil mensais no Podemos-PR, onde é pré-candidato a deputado federal.
Sobre os salários milionários pagos em dezembro de 2021, uma “explicação”: o vencimento básico de R$ 35,4 mil foi vitaminado com o pagamento de penduricalhos, férias e indenizações que chegaram a R$ 446 mil no caso do procurador regional José Robalinho Cavalcanti. Fiel defensor da Lava Jato, Robalinho foi presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República.
Em sua defesa, Robalinho argumenta que, “em 22 anos de Ministério Público, isso só aconteceu agora”. Antes tarde do que nunca, diria um cronista amigo. Esses generosos pagamentos foram autorizados pelo procurador geral Augusto Aras depois de uma intensa mobilização de procuradores, favoráveis à sinecura.
Impossível fugir da comparação: essa lambança com dinheiro público transforma os procuradores numa classe que andava sumida por conta da pandemia, os marajás do serviço público. Pobre Deltan.
Se servir de consolo, o pagamento milionário ainda beneficia o procurador Diogo Castor de Mattos, cujo processo de demissão, por determinação do Conselho Nacional do Ministério Público, ainda se arrasta lentamente. Assim, Mattos teve um final de ano mais alegre que o ex-chefe Deltan Dallagnol.
BANDO DE LADROES!!”!!
Engano seu! O indigitado Deltan recebeu os penduricalhos proporcionalmente! Menos que os outros certamente, mas recebeu sim!!!
Que nome sugestivo do Dr. Robalinho.
Pilantragem é que chama né?