Capa do livro da ‘Casa Editorial’ que será lançado no próximo dia 17 (sexta-feira), a partir das 18h30, no Jacó Bar (Rua Almirante Tamandaré, 1365, no Juvevê, Curitiba)

do Editor

Versos velhos é uma coletânea de poemas escritos entre 1978 e 1987. Somente agora, por motivos que lhe pertencem e a ninguém mais, o seu autor traz a público esses pensamentos organizados em forma de poesia. Pensamentos antigos, extraídos de dois cadernos que habitaram gavetas e prateleiras esquecidas até serem reunidos para formar um conjunto único de pequenas histórias.

O cotidiano do homem comum, as desigualdades sociais, os enquadramentos impostos pela lei e pelos donos do mundo, os desejos de liberdade e a perspectiva de mudanças são temas recorrentes nas páginas deste livro.

Com o recurso a imagens diretas e frases cortantes, desprovidas de sofisticação, Mário Montanha Teixeira Filho descreve uma realidade urbana de permanente vazio existencial, ambientada em cenários de opressão, medo e silêncio. São dramas individuais e coletivos que alimentam, a seu modo, uma dose contida de otimismo – ou de esperança. O país e um pedaço da América Latina, afinal, se preparavam para sepultar as ditaduras militares que atormentaram seus povos, e havia espaço para sonhos mais ousados.

O tempo se encarregou de dar respostas aos questionamentos feitos naqueles escritos inconformados. Por uma convenção, apenas, os versos envelheceram, junto com as folhas amareladas que lhes deram acolhida por tantos anos.

Mas os poemas sobreviventes contêm surpreendente atualidade. Tratam de dilemas que parecem retornar num momento histórico cercado de ameaças autoritárias, e despertam reflexões importantes. Não é tarde, portanto, para que percam o ineditismo e sejam lidos por muita gente.