Nem poeta, nem porreta – sim, estive na sarjeta. Na boca do bueiro se aprende mais do que no resort de bacana. O carro no poste, os alunos de medicina te costurando a fachada, mas hoje à noite tem mais. De manhã o sol entrando pelos furinhos da viatura policial. Quem me levou? O doutor de plantão conta que foi o motorista de táxi. Porque entrei e me recusei a dizer o destino. Este estava traçado – e traçadinho também se bebe e se morre e se mata. Mas poucos chegam e desvendam a curva do vento. Os escolhidos. São os que foram até a porta do inferno para serem rejeitados. Então se engana o Tinhoso com água. Não a benta, mas essa que está com a terra, o fogo e o ar para inundar de poesia uma vida simples.