DIÁRIO DA GRIPEZINHA
Dona Síndica, toda peralta, de vestido novo. Vinha dar sua aula. Nada a impedia. Falou sobre a necessidade de ampliação do parquinho, e que o porteiro poderia ser dispensado de suas funções para aliviar a conta do condomínio, e que as garagens manteriam as luzes apagadas. Isso para desonerar um pouco a folha de pagamento, que continuaria como estava. Todo mundo achou estranho o lance de manter luz apagada, sendo que luz está sempre acesa, quem não me deixa mentir é Dona Maria da Luz, do bloco A, que fica toda acesa quando o capitão bota as pernas para fora da janela. A síndica deu seu recado, que ela chamou de aula, e registrou presença no livro dos professores. Aproveitou para introduzir Dona Humildes na sala, informando que ela daria a próxima aula. “Sobre qual matéria?” – perguntou o capitão, que era todo pelos direitos. “Conhecimentos gerais” – respondeu a síndica, desaparecendo.
Filme: A VIDA DURANTE A GUERRA (dirigido por Todd Solondz, com Shirley Henderson, Ciarán Hinos e Allison Janney – Prêmio Melhor Roteiro no Festival de Veneza). O mundo em guerra contra a pandemia que não escolhe a quem. Enquanto os países lutam contra o inimigo comum, o comandante supremo das forças armadas, que acumula os cargos de deus dos asnos e de Senhor Nãopossofazernada, promove motociclatas, ematas e tankatas. Sem usar a recomendada burkata.
Quem seleciona esses filmes deveria procurar um bom psiquiatra. A obcessão é algo que merece cuidados médicos. A eleição de 2018 já passou, aceitar o resultado e não ficar destilando ódio e intolerância é salutar. Em 2022 talvez haja uma oportunidade para tentar trazer o rei dos ladrões de volta, mas tudo a seu tempo. Boa sorte com o tratamento!