DIÁRIO DA GRIPEZINHA

O piá fez tanta birra que mãezinha decidiu: “Tá bom, vá lá pra Washington abraçar o presidente eleito. Mas acho que não é mais aquele seu amiguinho. E se não voltar até a hora do culto fica de castigo: uma semana sem croroquinhas”. Pra não despertar atenção, o moço apresentou-se vestido de Madame Pompadour. Aquela peruca de três andares, o vestido arrastando no chão. Foi um pouco difícil subir na carruagem, embora os pajens, ricamente vestidos com seda e adornados com plumas de ema, dessem seu melhor. Pra puxar a carruagem logo se apresentaram dezenas de reses. O piá queria cavalos. Cavalos não tinha, estavam todos dando tiro na favela. Tiveram que ir buscar no potreiro onde os burros estavam. E lá se foi a caravana para Washington. Deram uma paradinha em Israel porque estava na hora da missa, só que ninguém podia sair do hotel. Foi missa de corpos ausentes. Ausentes da realidade sempre estiveram Pompadour e seus pares. E inclusive ímpares. Queriam porque queriam ver a pomada de Israel. Pomada não, que diabo; colírio. Você pinga uma gota e começa a ver coisa. A caravana pagou o hotel com o meu e o seu dinheiro e voltou pra casa para abraçar a familícia.

Filme: A VISITA DA VELHA SENHORA:  A velha senhora não pode viajar porque tinha sido atacada por emas selvagens e apresentava ematomas na cara. Mandou a filha, como já foi dito ali em cima. Israel está até hoje esperando a visita da velha senhora, com duas quentes e uma fervendo.