Da FSP
Ídolo do Bayern e da seleção alemã, Gerd Müller morre aos 75 anos
Ex-atacante foi o maior artilheiro em Copas do Mundo durante 32 anos, até ser superado por Ronaldo
Um dos maiores artilheiros em Copas do Mundo, o alemão Gerd Müller, morreu neste domingo (15), aos 75 anos, informou o Bayern de Munique, clube em que fez carreira nos anos 1960 e 1970.
Nascido em Nördlingen, na Baviera, Müller deteve o posto de maior artilheiro em Copas do Mundo, com 14 gols, durante 32 anos. Ele chegou à marca no Mundial de 1970, no México, e só foi superado por Ronaldo, que chegou aos 15 gols em 2006. Miroslav Klose superou ambos na Copa de 2014 e é o atual detentor do recorde, com 16.
Além disso, Müller marcou 68 gols em 62 partidas internacionais pela Alemanha Ocidental, vencendo a Copa do Mundo em 1974. Na final do torneio, fez um dos gols da vitória alemã por 2 a 1 sobre a Holanda.
“Hoje é um dia triste e negro para o Bayern e todos os seus fãs. Gerd Müller foi o maior atacante que já existiu e uma ótima pessoa, uma personalidade no futebol mundial”, disse o presidente do Bayern, Herbert Hainer, em comunicado.
O alemão era conhecido por ser particularmente eficaz em marcar gols de dentro da área. “Muito triste em saber que Gerd Müller morreu. Amava assisti-lo quando era criança e aprendi muito ao vê-lo. O melhor marcador de dentro da área que eu já vi”, escreveu Gary Lineker, ex-atacante da seleção inglesa, em seu Twitter.
Müller fez tantos gols que suas marcas duraram por décadas. A de maior artilheiro europeu num ano corrido, por exemplo, foi sua durante 40 anos. Em 1972, ele fez 85 gols em 60 partidas, sendo superado apenas por Lionel Messi em 2012. Naquele ano, o argentino fez 91 gols em 69 jogos.
A marca de mais gols marcados em uma uma temporada da Bundesliga também foi sua por 49 anos (40 gols), até que, em maio, o polonês Robert Lewandowski terminou a o campeonato da temporada 2020/2021 com 41.
O atacante, que começou a jogar pelo Bayern em 1964, vindo do 1861 Nördlingen, de sua cidade natal marcou ao todo 566 gols em 607 jogos oficiais pelo clube e estabeleceu um recorde de 365 gols na Bundesliga —este ainda não foi superado. No fim da carreira, ainda jogou pelo Fort Lauderdale Strikers, dos EUA.
Pelo clube da Baviera, venceu quatro vezes a liga nacional e três vezes a Liga dos Campeões da Uefa (1973-1974, 74-75, 75-76).
Em 1970, foi premiado com a Bola de Ouro, que à época reconhecia o melhor jogador da Europa. Ele fez 10 gols na Copa do Mundo daquele ano, disputada no México e vencida pelo Brasil.
Após sua aposentadoria, em 1981, Müller foi técnico das categorias de base do Bayern. Nos últimos anos, porém, sofreu com mal de Alzheimer, e vivia numa clínica ao sul de Munique, onde recebia frequentemente a visita de sua mulher, Uschi.
Uschi contou ao jornal alemão Bild, em novembro do ano passado, que o marido “ficava na cama quase 24 horas por dia, e só ficava acordado por alguns momentos”.
Diretor-executivo do Bayern, o ex-goleiro Oliver Kahn disse que Müller “é uma das maiores lendas da história do Bayern, suas conquistas são incomparáveis e farão para sempre parte da história do Bayern e de todo o futebol alemão”.
Outros nomes importantes do futebol também se manifestaram. Lionel Messi postou na função stories de seu Instagram uma imagem do alemão, acompanhada da legenda “se foi uma lenda do futebol”.
No Twitter, Pep Guardiola, técnico do Manchester City e ex-comandante do Bayern e do Barcelona, afirmou que Müller era “uma verdadeira lenda, nao apenas para o Bayern e a Alemanha, mas para o futebol”, e o classificou com o melhor atacante da história.
A Federação Alemã de Futebol, por sua vez, também no Twitter, lamentou a morte e classificou Müller como um dos maiores futebolistas da história.
Ex-jogador muito identificado com o Bayern e a seleção alemã, Bastian Schweinsteiger também se manifestou. Ele postou uma foto de Müller em seu Instagram e o agradeceu, afirmando que o Bayern não seria o que é e que sua carreira e a de seus companheiros provavelmente não seriam possíveis sem Müller. Além disso, afirmou ser grato por tê-lo tido como técnico.