Amanhece
E a prece
Se apressa
Na promessa
De um girassol
O anzol fisga
A retina
E como prisma
Gera o sol
Um rouxinol
Voa
E a proa
Se apruma
Na rua curva
Curvar o medo
Para calar
O segredo
E cedo
Me tardo
Ardo
À noite
Fé pra quem canta
Pé pra quem anda
Pus-me a mirar
O sábado
Que rouba
O silêncio
Chove
E escorre
A lágrima
Pálida face
A abrir
A luz
Fui longe
Em pequenos
Passos
E o laço
Que prende
Fez um abraço
Ficção minha
Poesia fria
Sou uma
Aurora
A abençoar
Sou a história
A voltar
Solto pipas
E ele grita
Que mentira
A verdade
É bem dita
Quando soam
Os sinos
Do amor
Rancor de morte
E a sorte
Congelou
Fiquei muda
E nunca
Perdoei
A solidão
A gente quase ouve a melodia e tem vontade de quem alguém faça a bondade de musicar essa letra.
Que poema lindo!