7:51NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA GRIPEZINHA

Agora é que vocês estão falando em tomar a terceira dose? Isso já faço há muito tempo. Bebo meu uísque, não abro mão de uma cachacinha. Gosto dela pura, tipo cowboy. Mas, verdade seja dita, não recuso uma caipirinha. Aliás, dizem até que a caipirinha foi invenção nossa, dos brasileiros. Foi no tempo da Grande Peste de 1918-19. Não tinha nosso Exército produzindo croroquinhas naqueles tempos difíceis. Os médicos não tinham ideia do que era aquilo que assustava o mundo. Não havia vacina, nem mesmo comprada com ágio, como se faz hoje para desfrute de alguns maledetos. Então, qualquer reza braba servia, qualquer chá, benzimento, já não digo sangria que é coisa da Idade Média. Como se tratava de um resfriadinho, o que é que se usa para gripes e resfriados? Limão. Cachaça nunca fez mal a ninguém (maneira de dizer). Misturando os dois com açúcar, quem sabe se não ajuda a combater a pandemia? E dá-lhe beber cachaça com limão e mel (depois passou-se para o açúcar). Curar não curou ninguém, pelo que se saiba. Achei muito patriótico o gesto do Presidente da época: Recém reeleito, deixou este mundo, irmanando-se à dor dos seus cidadãos. Já não se faz presidentes como antigamente. De modo que bebo minha cachacinha e não incomodo ninguém.

Filme: O TESOURO DE SIERRA MADRE (direção de John Huston, estrelando Humphrey Bogart). A negociata com madeiras nobres da Amazônia, o garimpo ilegal, o assassinato de selvícolas, a entrega do nióbio, do petróleo, todo os tesouros da nação entregues de mãos beijadas, e justamente por Humphrey Bogart que nem sabe falar brasilês.

Uma ideia sobre “NELSON PADRELLA

  1. Parreiras Rodrigues

    Na minha Santa Isabel do Ivai, vivia um sitiante, tantos alqueires de café, umas cabeças de gado, caminhoneta, chapelão, botas. Galinha, baixou os zóio na guria filha do campeiro que animada pela mãe, atendeu as piscadas. Dai para a quiçaça, para uma pensão na cidade, meio do café, banco da caminhoneta. Mas com custo, E ele nos butecos, batendo no peito que tava “tomando porre na guria, que ele chamava de caipira. Passados uns tempos, na merda. Menos da metade dos alqueires, boi nenhum, de carroça. A turma na cidade tratou: Ele, andando no meio da rua, alguém escondido atrás da porta dum buteco, gritava: CACHAÇA! Outro, noutro buteco doutro lado da rua, emendava: LIMÃO! Um terceiro, completava: AÇUCAR!. O abestado passava a mão na peixeira e riscava o asfalto: Se misturar eu como na peixeira….

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