Do enviado especial
Seis anos e 315 programas depois, o programa Especial 97.1, na Rádio Paraná Educativa FM, deixa de ir ao ar. Uma das razões para esse corte repentino de história e boa música está no fato de que a rádio, assim como sua coirmã, a TV e o complexo do Canal da Música, não têm independência jurídica para captar, contratar, planejar e realizar suas produções. Esse salto para a sustentabilidade, já tentado em algumas gestões, depende de decisões políticas, do Governo do Estado e dos deputados.
O Especial 97.1 colocou no ar quase 500 documentários com vida, obra, contexto histórico e curiosidades da trajetória de intérpretes, compositores e instrumentistas brasileiros de todas as épocas, estilos, ritmos.
Era memória, história e boa diversão, todo sábado, quatro da tarde e com algumas reprises em outros horários.
O poeta, jornalista, publicitário e tradutor Roberto Prado era responsável pela pesquisa, seleção musical e texto. Rogéria Holtz dava vida, com sua interpretação e inconfundível timbre de voz. O Renato Rigon editava, montava, dava o ritmo do produto final. A coordenação era da Luciana Monteiro, tarefa que no começo da jornada do programa era do Cyro Ridal, conhecido pelas suas contundentes ações de manutenção e recuperação histórica da cultura local. O idealizador, lá por 2015, foi o José de Melo.
Como diz o povão, o programa morreu gordo: tinha audiência, gerava repercussão e dava prestígio à rádio.
*Um programa para ouvir e guardar:
http://www.paranaeducativa.pr.gov.br/modules/debaser2/visualizar.php?audiovideo=1&xfid=18934
O que é bom e diferente do senso comum tira do ar!
Assim está sendo com a97,1 e a curiosa retirada do jornal da cultura da grade da Parana turismo!!!
Não é verdade. Tanto a rádio quanto a TV podem estruturar projetos culturais e captar recursos via leis de incentivo. A TV Cultura de SP, por exemplo, co-financia sua qualificada e cara produção com incentivos federais e contrapartida financeira da CPFL.
O “problema” não é independência nem base legal!
O governante de plantão se puder irá substituir o programa extinto por música sertaneja, pela música brega ou qualquer outra coisa do tipo!
Ele largou o mato, mas o mato não largou dele!!!
Lamentável o falecimento do melhor programa da Educativa.
Uma vez jacu, sempre jacu.
Marcelo Cattani, concordo em parte. O “problema” número 1, claro, é a incompetência.
Outra coisa é a situação jurídica. Pelo que entendi, você é a favor de transformar a RTVE- PR em uma fundação, como a Cultura de SP, a Fundação Padre Anchieta? Já seria um bom começo para facilitar a vida de quem administra TV e Rádio, do Secretário da área e de quem tem de produzir os conteúdos.