por Mário Montanha Teixeira Filho
Há um cotidiano perturbador e duro
a transformar o homem em frangalho,
liberdade trancada em quarto escuro,
preço vil do fruto do trabalho.
Corpos que caem, corpos que padecem
na solidão das horas imutáveis
que se acumulam, não se esquecem,
sombras cruéis e sons insuportáveis.
Resistir, sim, para que mude a vida,
para a riqueza ser dividida
no tempo repleto da esperança
de que o sol desponte, o amor entregue
fragmentos do dia que persegue
desejos que moram na lembrança.