por Thea Tavares
Na semana que passou, um amigo me lembrou da palavra “esperançar” e do seu significado, que o educador Paulo Freire nos ensinou que não tem a ver com espera passiva, mas com tomada de atitude, com agir, olhar e reagir e com fazer acontecer; Com se unir e manter acesa a fé ativa nas obras. Neste ano do seu centenário, o conceito ganha uma proporção ainda maior, profética, necessária e mais realista. Pois, vamos, então, esperançar! É nossa missão neste momento. É válvula de escape das tensões que absorvemos com sensibilidade pelo que acontece ao redor e um alimento de nutrição espiritual. Não tem tempo e nem idade para se determinar a isso. Tem de ter maturidade. Esperançar hoje é ser resiliente e estar focado.
Esses dias também – e isso é mais do que lógico, mais que mera constatação – serão história. A espera na fila da vacina para obter imunidade à Covid-19, que anda a passos de cágado, não foi uma escolha, mas a forma de reagir a esse contexto mórbido, se com angústia e indignação, se com determinação, e os aprendizados que afloram dele, sim. Precisamos seguir sempre esperançando… Para dar sentido a esse aprendizado na forma de consciência, do que se escolher que ela assim seja: individual, particular, coletiva, universal, partilhada! Enfim, se possível, enxergando para além das circunstâncias.
Para esperançar é preciso ter coragem. Até porque é imprescindível, por primeiro, se olhar, se encarar, antes de se mover e saber mesmo que direção tomar. Aí, é que a porca torce o rabo, o bicho pega, a cobra fuma exasperada! As maiores dificuldades no percurso nem sempre estão lá fora, não é mesmo? Mas, antes de somar esforços, precisamos saber que bagagem carregamos, quais as munições, poderes, limitações e potencialidades colocamos à disposição desse enfrentamento. Para esperançar ainda mais, acreditar e lutar ainda mais. Até tornar-se hábito, uniforme, até se parecer com aquele crachá operacional que a gente pendura no pescoço, que nos identifica na função, ou um gatilho que se aciona para corresponder aos desafios.
A palavra fica me martelando as ideias: esperançar, esperançar, esperançar. Como se a tivesse ouvido pela primeira vez. Com aquela alegria de novidade e com encantamento de descoberta. Vem na forma de uma curiosidade estimulante e provocativa de quem contraiu um bicho-carpinteiro, mas também com desprendimento que faz soltar as amarras e valorizar o que está do lado, o tempo partilhado e esse movimento criado. A coloquei no título de um artigo e tive de destacá-la novamente neste apanhado de pensamentos.
O tempo de esperançar é agora. O de lamentar já passou; ensinou a seguir e a transformar, mas ele não perpetua, senão naturaliza e vira apatia, ancora. Não queremos que isso aconteça, queremos ir adiante, conhecer o novo. O que resistirá é o que fizermos neste momento e as escolhas que brotarão do discernimento de quem transbordou o coração de esperanças, respeitou sua essência, vivenciou e reagiu, irmanando-se… Colocou os pés para empreender seus passos numa estrada toda própria, toda firme, toda acolhida e toda confiada. Esperançada!
Paulo Frere é um jênio da enducassão, hálem de emçinar ele fas as pessoa pemssar e iço é muinto bom!
Ontem eu estava tomando uma sopa,quando vi uma diminuta formiguinha que parecia procurar alimento.Primeiro soprei para ver se ela ia embora,depois a observei,ela estava descontrolada,aquele ser tão diminuto ali ,talvez nem me via pelo meu tamanho,e pensei,ela só tem essa vida,poucos dias ou meses e eu posso esmaga-la com um pingo de sopa ou poupa-la.
Fiquei ali pensativo sobre a vida,nós humanos somos um grande triturador,eu ali preocupado com a vida de uma formiguinha.
Pois é,tem hora que fazemos o papel de Deus,não aquele de conceber a vida ,mas de tira-la,a formiguinha foi para debaixo da mesa e eu fiquei aliviado,pude dormir tranquilo e sonhar com algo utópico,um mundo perfeito,onde as trevas e a luz se abraçam como grandes amigos.