Às vezes, vem-me um entendimento fora do comum, porque nele há todo o entendimento. Como se sentimentos pudessem tatear todos os átomos que compõem universos. Como um pressentimento do devir. Como uma nostálgica simbologia do instante da respiração. E como uma peça a se separar do mágico quebra-cabeça criado por metáforas. Aqui estou. Além da presença. Uma lembrança apenas do amanhecer sem sol. Sem lençol. Com um anzol atravessado na garganta. Então, eu canto, como um pássaro, e logo me crio na imensidão de não saber. Sei de tantas histórias. Sei de tantas infâncias. Sei do amor que o profeta me contou. E longe vou, aqui na minha cadeira de balanço. Apaziguada e quase sem memória. Ah! A compreensão, este nome tão pouco usado, mas metabolizado pela água sem sal. Um mar, uma miríade de encontros e sustos pelo caminho jamais desenhado. Invisível e indivisível constatação do reconhecer. O sonho há de me escrever. E eu escrevo, pois, para não morrer.
Bela ticiana. …sempre….