Do Analista dos Planaltos

Requião esteve no final de semana em Paranavaí para conversar com alguns medebistas da velha guarda. É um dos raros municípios onde ainda encontra apoiadores. Sem tergiversar,  declarou em rede social que a última convenção realizada para eleger o diretório estadual foi totalmente “fria.” E que o partido que no Paraná foi presidido por seu sobrinho até o ano passado, agora se encontra sem rumo, esvaziado e amorfo políticamente. Situações que conduziram à uma intervenção por parte do diretório nacional no Paraná.
Segundo Requião, se a comissão interventora presidida pelo deputado federal Sergio Souza não convocar uma ampla convenção democrática, com a participação de filiados do estado todo, dando a todos a oportunidade de disputar o comando, ele e o filho, o deputado estadual Mauricio Requião, abandonarão o partido em busca de outra legenda onde possam ter a influência que desejam.
Na realidade são muitos fatores que estão em jogo na disputa pelo domínio do MDB . Vão desde o controle do espaço do horário eleitoral obrigatório, onde a exposição privilegiada de candidatos no rádio e na televisão e nos melhores períodos de audiência, pode significar a vitória nas urnas. Passam também pelo domínio das comissões provisórias municipais dos diretórios que escolhem as candidaturas de prefeitos e vereadores. Também há os empregos nas sedes e contratos com escritórios de advogados e publicitários e pagamentos das redes sociais.O bolo da cereja, contudo, e o prêmio maior, é a gestão dos polpudos fundos partidário e eleitoral, que juntos podem atingir muitos milhões de reais para candidatos protegidos da cúpula.
Roberto Requião, que durante anos presidiu o MDB, não digeriu a derrota nas urnas para o senado, ficando atrás de Flavio Arns e Oriovisto Guimarães. Mesmo octogenário busca um novo mandato e tem tido presença constante em lives – mas não esconde que a prioridade é mesmo reeleger o filho Mauricio .
Ele vaticina que se continuar no rumo que está, o partido irá eleger no máximo um deputado estadual dos dois que tem na Assembleia, como aconteceu recentemente na Câmara de Municipal de Curitiba, onde resta apenas Noêmia, Rocha eleita apenas com o voto dos evangélicos.
Dizem os experts que a escolha da legenda e o cálculo do quociente eleitoral necessário por cadeira é metade da eleição, e que a somatória do que está em disputa no MDB pode representar o sucesso ou, na ausência dessa fórmula, a derrota.