7:24NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA GRIPEZINHA

Marylin pede para passear comigo, se queixa que eu só privilegio o cachorro. Jolim, que não vai com a cara da minha deusa, rosna: “O tal cachorro tem nome, ô desorientada”. Fica aquele clima de sempre. Os dois se estranhando e eu ali no meio, pacificador. Está na hora de sair com o Jolim. Ele ficou lá pela cozinha, esperando minha decisão. Ou levava um ou levava o outro. Se levo um, o outro ficaria mordido. Se levo o outro, o um ia me encher o saco. Sabem duma coisa? Não levo nem um e nem outro. Um homem tem que saber tomar decisão, tem que se fazer respeitar. Decidi sair sozinho. Jolim que mijasse nos jornais que espalho pela sala e que eu mesmo uso nos meus momentos de cachorro. Fiquei com pena foi da menina, mas quem tem pena é a ema frodita do Palácio. Me levantei. Jolim apareceu com a coleira posta e eu nem sabia que ele já se vestia sozinho. Marylin alisava o vestido, desmanchando inexistentes pregas. No rosto, o sorriso tímido que sempre me vencia. “Tá bom, eu levo os dois. Mas é a última vez!”

Filme: O ANJO DAS RUAS (dirigido por Frank Borzage, com Janet Gaynor, Charles Farrel e Natalie Kingston – 1928). O Presidente, condoído com tudo isso que está aí, sai à rua distribuindo brioches para os famintos e água a quem sede de Justiça. O Anjo das Ruas é um filme de ficção.

Uma ideia sobre “NELSON PADRELLA

  1. SERGIO SILVESTRE

    Mas um tal de José,leitor do ZB está doando um boneco inflável do Moro escrito super herói,isso pode servir de estepe.

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