de Ticiana Vasconcelos Silva
Quebrei o espelho
Que minha imagem refletia
E partida ao meio
Sacrifiquei o que surgia
Uma breve memória
Da Deusa reduzida
A um pai contrário
A tudo que se dizia
Mais perto da morte
Tremia e fugia
Do vento do Norte
Do cão que latia
Como um símbolo trágico
Chorava e renascia
A poeta da estrada
Pela qual nunca iam
Riam e amavam
Mas nunca sabiam
Porque a dor criou
Com sangue a poesia
Marcada para sempre
Ela se erguia
Do nascimento sem parto
Do rio que gemia
A voz concisa
Da noite e do dia
Um prazer estar aqui
Mas longe já se ia
Deixou migalhas em páginas
Que nunca escrevia