Da rádio CBN Curitiba, em reportagem de Francielly Azevedo
Bancada evangélica pede cassação de vereador Renato Freitas
Os vereadores Osias Moraes (Republicanos), Marciano Alves (Republicanos), Ezequias Barros (PMB) e Tânia Guerreira (PSL), integrantes da bancada evangélica na Câmara Municipal de Curitiba, apresentaram uma representação pedindo a cassação do líder da Oposição, Renato Freitas (PT), por quebra de decoro parlamentar. Os parlamentares acusam o vereador petista de ofensas à honra e à dignidade pessoal, discurso discriminatório e intolerância religiosa.
A reportagem da Rádio CBN Curitiba teve acesso ao documento, de 17 páginas, enviado ao presidente do Legislativo, Tico Kuzma (PROS). Os vereadores pedem que a Mesa Diretora remeta a representação à Corregedoria e ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa.
Os desentendimentos entre a bancada evangélica e o vereador Renato Freitas (PT) começaram na sessão virtual do dia 10 de fevereiro, quando Ezequias Barros defendeu as comunidades terapêuticas ligadas às igrejas e criticou o PT e PSOL por, na Câmara Federal, tentarem impedir o funcionamento deste tipo de comunidade.
Freitas rebateu o pronunciamento e entre as ofensas relatadas na representação teria chamado os vereadores de “pastores trambiqueiros” e afirmado que a crise é positiva para as lideranças religiosas, porque gera “pessoas desesperadas” e “sem esperança de vida” que passam a frequentar os templos, por isso, os pastores seriam contrários às políticas públicas de assistência social.
A discussão seguiu no dia 16 de fevereiro, quando o discurso de Freitas foi criticado por outros vereadores. O petista então rebateu dizendo não ter problema em fazer o enfrentamento do que chamou de “pequenas igrejas, grandes negócios”.
Além disso, a denúncia registra que Freitas teria voltado a ofender a bancada evangélica em 4 de abril, em um comentário no Youtube, chamando os pastores de “trambiqueiros” no momento em que defendiam o tratamento precoce contra a Covid-19.
A representação contra Freitas foi recebida pela presidência da Câmara e enviada para a Corregedoria do Legislativo. Em nota, a corregedora da Câmara, vereadora Amália Tortato (Novo), informou que “a Corregedoria da Casa está analisando cuidadosamente o processo, para que os direitos de todos os envolvidos sejam respeitados. Tão breve o relatório da Corregedoria esteja pronto, o processo será devolvido à Mesa, na forma regimental, para prosseguimento ao Conselho de Ética ou arquivamento do processo.”
O vereador Renato Freitas afirmou que a denúncia da bancada evangélica trata-se de uma “evidente tentativa de censura” a ele e às pautas que representa. Ele diz que a ação apresenta trechos desconexos e falas descontextualizadas.