O país onde não há povo, mas espectadores, segundo o grande Lima Barreto, agora nos apresenta, na esteira da lambança dos governos de, vá lá, esquerda, outro tipo de aloprados, surgidos das catacumbas, comandados por um celerado que chegou à presidência do país vendendo o peixe que logo o fez receber a faixa de mito, quando na verdade o que sempre fez foi conjugar o verbo mentir. A peste, que chamam de pandemia, com o exército invisível do coronavírus e suas mutações, parece ter afetado ainda mais estes seguidores do ‘minto’. Ao contrário da multidão de integrantes da ninguenzada que ainda chafurdam no miserê total, estes amalucados mancharam o verde e amarelo da bandeira, da camisa da seleção brasileira de futebol. Além de sujar as redes sociais, eles saem por por aí a bordo de seus veículos lustrosos e adorados, ou andando sobre tênis de mil reais, com a certeza de que encontraram a verdade, depois séculos na encolha, escondidos, com medo de falar. Quando abriram a boca e resolveram dar um jeito no país que sempre foi dos corruptos, revelaram o lado perverso, violento e, o pior de tudo, dos ignorantes que se acham inteligentes, ao contrário dos pobres coitados que são apenas ignorantes, sem a conotação pejorativa dos agora embandeirados. Lembram muito um personagem humorístico de Jô Soares, que concordava com tudo que o interlocutor falava, apesar de, no momento anterior, ter dito algo completamente ao contrário . ‘Tirou daqui!”, ele dizia. Se o capitão comandante do hospício passou um ano abrindo covas para os mortos da pandemia, com suas declarações absurdas, seu boicote às simples regras de prevenção, às vacinas, etc, nesta semana ele foi à tv para mudar completamente o discurso sobre a campanha de imunização e, de olho apenas na reeeleição, tentou assumir isso, no dia em que mais de três mil brasileiros morreram nos hospitais lotados e nas filas de espera por uma tentativa de salvação. Psicopatia é o nome disso. O que seriam, então, estes seguidores que, não se duvide, vão divulgar que o tal cara de pau agora tem razão? Um exemplo de como agem, do alto da patetice ignóbil, segue numa imagem que circula na internet. Em São Leopoldo, Rio Grande do Sul, alguns representantes dessa turma prestam honras ‘patrióticas’ a uma caixa gigante de Cloroquina, aquele medicamento cujo maior garoto propaganda é o líder da seita – isso em plena praça pública. Se a comunidade científica mundial informa que o uso deste medicamento não tem eficiência comprovada e, em alguns casos, pode até matar, que se dane, afinal, há um complô comunista/capitalista contra o Brasil que é protegido por Deus (até isso é usado na enganação total). Todos estão errados. Certo está ele ,que, quando era oficial do Exército Brasileiro, fez plano de explodir quartéis e é defensor incondicional de torturadores.
Parabéns Zé Beto! Vc escreveu o que qualquer brasileiro minimamente lúcido gostaria de dizer.
Só não grito PQP bem alto que é para não acordar as parcas.
A ignorância é a maior multinacional do mundo (Paulo Francis).
Porém, aqui no Brasil chegou ao ápice.
Não vejo ninguém na foto em posição de sentido, batendo continência para uma caixa de cloroquina. Que chá alucinógeno devo tomar para ter essa visão?
Os bolsonaristas raiz não se arrependem. São 10% de fanáticos irremediáveis, só nascendo de novo e aprendendo a lidar com essa tendência. Culpam os outros, sempre, sem senso crítico, seguindo cegamente as mentiras do presidente. Mas os homens de terno já começam a minar o Bozó. Ele os faz perder dinheiro, coisa que odeiam. O senado e a câmara já estão mais valentes. O Gilmar Mendes e cia, de repente, viram heróis da democracia. Os militares se calam, constrangidos e sem argumentos, mas, aos poucos, vão tirando o chão do cara. Os seguidores ideológicos vão sendo chutados do governo. Até o Collor foi chamado para intermediar, como interlocutor “esclarecido”. A imprensa se aproxima da unanimidade e fecha o cerco, como no tempo da Dilma…
Não parece a vocês que já estão preparando novo golpe? É o jeitinho brasileiro, em vez de enfrentar as próprias responsabilidades, vão jogar tudo nas costas do bufão e tentar seguir do jeito de sempre. Troquem-se as moscas para preservar a merd@. Lembram do ditado português, vão-se os anéis, ficam os dedos? É aquela do D. João VI para o D. Pedro I sobre a ameaça da independência: se tiver de ser, que seja tu, meu filho, antes de algum aventureiro.
Mas, que vá esse Bozó, com golpe, se for preciso. Ele foi uma dose do pior e esperar o fim do mandato será um custo alto. Ele fez muito mal ao país. Até o Dória fica parecendo um estadista.