DIÁRIO DA PANDEMIA
Pois fazem muito bem em acabar com essas festas que reúnem dezenas, centenas de pessoas, a maioria jovens inconsequentes que pouco ou nada se preocupam com a disseminação da pandemia. Não são só os jovens. Mas também gente calejada, que sabe que comete crime cada vez que se reúne, em bandos, com seus iguais. São pessoas irresponsáveis, que acabam espalhando o vírus que nos matará a todos. Tenho observado todos os dias essa aglomeração de gente. Reúnem-se em metrôs, em ônibus, em trens, desafiando a lógica da Ciência. Logo às primeiras horas da manhã, com o dia ainda não clareado, mesmo debaixo de chuva saem de suas casas e escolhem se espremer nas conduções que os levará ao trampo. O Governo precisa acabar com isso. Tem que obrigar essa gente a ficar em casa, nada de rua, que é na rua que a peste se espalha.
Filme: O QUE RESTA DO TEMPO (de Elia Suleiman, premiado no Festival de Cannes). A triste história de um pequi perdido no tempo, que fez o seguinte com os três desejos que a Fadinha Boa lhe outorgou. Ofereceu ao povo ameaças de violência em vez de esperanças; perdeu horas importantes enxugando gelo e, finalmente, teve a coragem de confessar que não podia fazer nada. Acabou roído pelo tempo.