Do Analista dos Planaltos
Ao final do processo de privatização da Sercomtel, muito se especulou sobre quem seriam os novos diretores da telefônica, agora controlada pelo empresário carioca Nelson Tanure ( dono do Fundo Bordeaux de Investimentos e que foi sócio do falido Jornal do Brasil, da imaginativa petrolífera de Eike Batista, a PetroRio, e da concordatária OI, sendo que as duas últimas empresas tiveram forte influência do Partido dos Trabalhadores, através de subsídios do BNDES). Para surpresa geral, no entanto, o Conselho da operadora foi preenchido por nomes conhecidos da política.
A presidência é do ex-ministro das Comunicações do governo Lula, Hélio Costa, e tem como integrante, Claudio Tedeschi, que foi do primeiro escalão da administração petista de Nedson Micheleti em Londrina, que aquela época empregava Gleisi Hoffmann, Paulo Bernardo e João Rezende, todos do PT.
Além da quota petista, também é conselheiro da telefônica, vendida pelo atual prefeito Marcelo Belinati (PP), o faz tudo Rafael Lamastra, que foi diretor da rede de TV da família Massa em Londrina e atualmente preside a COMPAGÁS/Copel – é homem da cota pessoal do governador Ratinho Júnior (PSD).
A diretoria da Sercomtel sofreu poucas alterações, pois o único que saiu foi Luciano Kuhl, representante comercial em Maringá. Em seu lugar entrou Agnaldo Aversani, que já havia sido diretor por indicação do ex-prefeito Alexandre Kireeff e filiado ao PSD. Continuaram o diretor de engenharia, Tiago Carnelós Caetano, que é filiado ao PSD e parente distante do governador Ratinho, além da rolandense Rosângela Micheleti, financeira ligada ao prefeito Belinati.
Quem esperava um choque de gestão eficiente e privatizado, ficou a ver navios encalhados do mesmo porto. O que acontece mesmo é que, por enquanto, funcionários técnicos da empresa continuam sendo diariamente dispensados.
A pergunta que fica é: se tantos políticos continuam atuando na Sercomtel, qual vantagem de natureza política que a empresa obterá? Seria o perdão da dívida tributária estadual (ICMS), que é a maior dívida da Sercomtel?
A empresa e sua parceira de Fundo Bordeaux – Copel Telecom ainda não anunciou ao grande público a que veio, indicando como e onde serão os investimentos. Para se ter uma ideia, no biênio 2020-2022, a TIM anunciou investimento de 12 bilhões; a VIVO investirá 26 bilhões e a CLARO aportará 30 bilhões.
Enquanto isso a empresa com sede em Londrina publica no Diário Oficial do Município de Londrina, mesmo sendo privatizada:
“Considerando a grande quantidade de aquisições das ações ordinárias e preferenciais da Sercomtel S.A. – Telecomunicações, pelos empregados ativos, a Comissão nomeada para coordenar o Chamamento Público nº SMG-0002/2020, resolveu prorrogar para até 10 de março de 2021, o envio pela Sercomtel S.A. – Telecomunicações do Boletim de Subscrição ao Empregado que tenha adquirido ação no âmbito da Oferta aos Empregados Ativos.
Jeferson Aparício Feliciano – Presidente.”
https://www.londrina.pr.gov.br/images/stories/jornalOficial/Jornal-4285-Assinado-Pdf.pdf
Cadê o TCE?
Cadê o MP?
Cadê o MPF?