7:00NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA PANDEMIA

Fui na vendinha do Congresso comprar deméritos. Estão num preço muito bom. Compro hoje, deixo a coisa esquentar, vendo amanhã com lucro. Businas são businas. A política do demérito tem tudo para estourar na Bolsa, alimentada pelo negacionismo que se expande como leite derramado para gáudio dos leitões de Palácio. Essa frase nem eu entendi. Vou tentar de novo. Não, não vou. Fica como está. Eu também não estou entendendo nada do que se passa nas cabeças da República, uns senhores tão cultos, mas que só enxergam o próprio umbigo. Isso os magros, porque a maioria tem a pança impedindo-lhos não apenas de enxergar a barriga, não sei se me faço entender. Tem aqueles com histórico de atleta; esses têm músculos no lugar do cérebro. Das senhoras, nem vou falar. Dou-lhes o benefício da dúvida. Seja lá o que isso signifique. Quem aplicou em menção de louvor quebrou a cara. Fiz alguma aplicação no passado, quando aquele menino, o filho do homem, louvava chefe de milícia com medalha no peito e direito a cela separada. Agora, nem aquele cara que ameaçou arrancar os cabelos do Alexandre, e que só por isso pegou cana, recebeu menção de louvor. Vou é aplicar em deméritos, para me dar bem.

Filme: PEDRO, O NEGRO (direção de Milos Forman, filmado quando o diretor ainda morava na Tchecoslováquia – 1964. Com Ladislav Jakim, Pavla Martinkova, Jan Vostrcil, Vladimir Pucholt, Pavel Sedlacek, Zdenek Kulhanek, Frantisek Kosina, Josef Koza, Bozena Matuskova e Antonin Pokorny). Um país mergulhado na Idade Média, conhecido pelo nome de Bananão, envia uma missão exploratória à Judéia, e acompanhando a caravana ia um negro chamado Pedro, que estava doido para comer kibutz bem acebolado e com ervas raras. Para passar despercebido, o rapaz mudou o nome para Neguinho do Pastoreio, e assim pode comer kibutz à vontade.

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