DIÁRIO DA PANDEMIA
Quando o avião aterrissou na Base Aérea de Judá, a comitiva de visitantes viu logo que a maré não estava pra peixe. Não tinha ninguém esperando. Ninguém, é mentira. Tinha uma patrulha armada apontando para a porta do avião. Dudú Canastra, famoso por dizer palavrões impublicáveis, desta vez se excedeu. Abriu os braços e disse: “Queridos judeus”, sendo que o avião tinha pousado em território palestino. Levada para um descampado, a comitiva esperava pelo pior. Dudú Canastra, que se fazia passar pelo fuehrer daquela gente, disse assim para “enfiar no rabo”. Mas, ao invés de satisfazerem a sede de sexo daquele comandante, decidiram os turcos raspar sua cabeça. Em seguida, aquele chefe iraquiano apontou para o grupo o caminho para Israel. E foram todos irmanados pelas areias do deserto na direção da terra sagrada. Inclusive, o comandante libriano (nascido na Líbria, país afro-petrolífero) disse que depois podiam voltar pra recuperar o avião, mas teria o fuehrer que submeter-se a nova raspagem de cabelo.
Filme: O PAGADOR DE PROMESSAS (direção de Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro – Cannes 1962 – com Leonardo Villar, Glória Menezes, Dionísio Azevedo, Othon Bastos, Geraldo Del-Rey e Norma Bengell). Candidato à presidência do Estádio do Bananão esclarece que sua pauta irá contemplar primeiramente o bem estar dos filhos, em seguida o desmanche do país e, se der tempo, o apoio irrestrito à pandemia. Palavra dita, palavra cumprida.