por Célio Heitor Guimarães
Na sequência da série confissão de ingenuidade, peço licença para pegar uma carona (hoje, sem o uso da ironia) no escrito por Hélio Schwartsman na Folha de S.Paulo, um dos jornais que o decadente capitão Messias sonha ver fechado. Como Hélio, eu acreditei, por algum tempo, que as Forças Armadas brasileiras haviam se profissionalizado, abandonando a ingerência política e buscando apenas o aprimoramento técnico. Pois estávamos enganados.
Observa o Schwartsman que, “especialmente nos anos 90 e na primeira década deste século, os militares brasileiros empreenderam um grande esforço de relações públicas para nos convencer de que a ditadura era coisa do passado e que as Forças Armadas estavam comprometidas com a democracia e preocupadas com a eficiência”. É certo – como também ressalta Hélio – que, “de vez em quando, alguns deles, em geral um general de pijama, vinha com um discurso com ares de recaída autoritária”. Nada, no entanto, que preocupasse.
Eis que então assumiu o poder, por obra e graça dos eleitores distraídos e mal-informados, o Jair, aquele que, durante a conturbada carreira militar, passou a maior parte do tempo recolhido ao xadrez do quartel, por atos de indisciplina e má conduta. Assumiu e desde logo cercou-se da milicada, a maioria da qual incapaz de dignificar a farda. Muito pelo contrário. Até porque os que mostraram algum bom-senso foram sumariamente afastados. “Nunca um governo teve tantos militares em seus quadros e nunca vimos uma administração tão ineficaz quanto esta” – assevera Hélio Schwartsman.
O mais gritante exemplo, embora não seja o único, é esse triste e irresponsável general Eduardo Pazuello, enfiado no Ministério da Saúde.
Fazendo dupla com o chefe, Pazuello – especialista em logística e estratégia – conseguiu primeiro desprezar o coronavírus; depois, fez apologia da hidroxicloroquina, droga provadamente ineficaz para enfrentar a pandemia; em seguida, ignorou solenemente a escalada da Covid-19 e muito pouco apoio deu aos profissionais e aos hospitais envolvidos na guerra, permitindo, inclusive, a falta de oxigênio; e agora o país sofre os efeitos da ausência de providências para a aquisição de vacinas. Resultado: o general tem grande parte (a maior), da responsabilidade pelos mais de 10 milhões de infectados no Brasil e pelos 250 mil óbitos já registrados, mais de mil por dia. Daí estar sendo investigado por crimes e improbidade e por omissão diante das mortes por asfixia.
Esse resultado, queiram ou não, respinga nas Forças Armadas, instituição que, até então, situava-se muito bem no conceito da população. Afinal, Eduardo Pazuello é e continua sendo um general da ativa e, por conseguinte, tem o amparo do atual líder do Exército brasileiro, o general Edson Leal Pujol.
A verdade é que Jair Messias Bolsonaro, ao cercar-se de militares e manobra-los como peças de xadrez, tem feito muito mal às Forças Armadas nacionais. Há muito desprezou o que consta do “livrinho – como o marechal Dutra, quando esteve na presidência da República, referia-se à Constituição Federal. Ali, consta que Exército, Marinha e Aeronáutica têm como missão zelar pela defesa da Pátria, pela garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa destes, da lei e da ordem.
Disso também esqueceu-se o general Eduardo Villas Bôas ao fazer ameaça velada ao Supremo Tribunal Federal, numa iniciativa – sabe-se agora – resultante de uma trama envolvendo toda a cúpula do Exército.
E aí volto a fazer eco ao articulista da Folha de S.Paulo: “Num país mais decente, os generais que participaram da reunião e ainda estão na ativa seriam postos na reserva e se abriria uma investigação para apurar sedição. Mas estamos no Brasil”.
Pior do que isso: no Brasil de Jair Messias Bolsonaro.
A primeira medida do centrão, impunidade, imunidade, blindar todo deputado, mesmo como a mão no jarro. Quem apoderou do Brasil? Retrocedem pela incapacidade e querem tratamento vip, privilégios acima das leis. Bolsonaro não irá resistir, se perdeu na curva da incompetência, aliou se ao grupo que mais criticou em sua campanha, mote. Se gritar pega o centrão não fica um meu irmão
Gostei do mal informado,e daqueles que votaram no Bozo ou se absterão de votar,muitos jogados as feras pela mentira contada todos os dias mas a maioria seguiu a regra que vem desde o começo do mundo,onde o humano sempre destrói seu benfeitor.
Aquela linda menina da classe,eu olhava pra ela com meus óculos de grau,mas ela sempre preferia estar no meio da turma que fumava maconha debaixo do abacateiro,seu futuro é acabar como todos que hoje tem uma vida digna,mas acham que seu benfeitor pode sempre lhes dar muito mais.
Fazer o que,nós merecemos isso,somos no fundo racistas,discriminadores e idiotas,tanto que merecemos o governo que temos.
Sugiro ao prezado Célio o artigo publicado pela Deutsche Welle : “Projeto Bolsonaro Presidente foi construção de Generais”www.dw.com/pt-br/projeto-bolsonaro-presidente-foi-constru%C3%A7%C3%A3o-de-generais/a-56614896. Foram os generais com visão paranóica da guerra fria e ressentidos com a Comissão da Verdade que chocaram o ovo da serpente.