por José Maria Corrêa
As considerações e as análises jurídicas dos ilustres colegas sobre a precariedade da decretação da prisão do deputado, a meu ver, estão corretas. Compreendo todas as manifestações sobre a ausência de plena legalidade que defenderam e as respeito. Estão claras, não há necessidade que reafirmem os argumentos, pelo menos para mim.
Mas nesse caso específico- e pelas circunstâncias da nossa frágil democracia, sempre ameaçada pelos militares no poder (onze mil seriam os apaniguados), não posso deixar de me sentir contente pela prisão desse jumento, ex-PM e ligado aos milicianos do Rio de Janeiro que teve um mandato obtido como subproduto da ignorância de alguns que nele votaram e na onda bolsonarista de outros.
Mesmo acreditando que ele tenha forçado a barra para causar e atingido o seu objetivo de obter seus cinco minutos de inglória fama, sendo ainda mais “realista que o rei” para puxar o saco do capitão cloroquina.
Portanto, entre a contestação da juridicidade da prisão e de algumas comparações especulativas com outros casos igualmente repugnantes, e principalmente o horror que me causa a exaltação à ditadura e a defesa e apologia do infame Ato 5 de 1968 que levou à suspensão dos direitos políticos, perseguições, prisões arbitrárias e cassação de mandatos de heroicos parlamentares democratas e defensores do estado de direito, espero que essa provisória privação de liberdade, mesmo em condições confortáveis, produza algum efeito didático e uma reflexão correta sobre a necessidade da obediência à constituição cidadã em seus primados maiores – e não o contrário.
Boa, Zé Maria. Assino junto.
” A democracia dos esquerdistas é a democracia na qual só a esquerda pode existir, só a imprensa panfletária tem liberdade para atuar e só os seus cupinchas têm direitos, o resto é perseguição e nada mais ! ”
CJ