11:21O pai da ideia da “valsa do apartamento”

A edição de ontem do Jornal Nacional foi encerrada com as belíssimas imagens dos bailarinos do Balé Guaíra ensaiando individualmente em suas respectivos espaços, ou seja, salas, quintais, terraços de prédios, etc. Como mostrado hoje aqui em postagem das 7h17, na verdade as imagens fazem parte de um vídeo oficial do balé bancado pela Copel. A reportagem de Dulcinéia Novaes, da RPC, terminou com o depoimento emocionante de Mônica Rischibieter, diretora do Teatro Guaíra, fechando o que o JN batizou de “Valsa do apartamento, um belo contraponto ao cenário triste do país na pandemia. O que o público do Brasil inteiro não sabe é que a concepção do show de imagens feitas por drones nasceu da ideia de Dirceu Saggin, sócio-diretor do Estúdio Trilhas Urbanas, e aceita pela direção do teatro, depois viabilizada pelo patrocínio da estatal. A política da Globo de não dar crédito, seguida pela RPC, deixou no ar a falsa impressão de que tudo foi produzido e realizado pela filial da emissora. Fica o registro e segue o texto do que foi apresentado no telejornal:


Uma das companhias de balé mais importantes do país recorreu à tecnologia para unir bailarinos e músicos durante a pandemia.

Longe dos palcos, os bailarinos foram improvisando espaços para treinar. Faziam aulas, desafios de dança, meses de trabalhos ininterruptos dentro de casa.

Karin e o marido Reinaldo dividiram a sala do apartamento, mas o espaço foi ficando pequeno para os dois. “Eu fui para a casa da minha mãe, que eu moro há dois quilômetros da casa dela e lá eu consegui ter uma sala só para mim e ele conseguiu ter a sala só para ele”, conta Karin Chaves, bailarina.

Inspirada pela própria limitação de espaço, a Companhia de Balé do Teatro Guaíra resolveu criar a “valsa do apartamento”. Os ensaios foram on-line, mas como reunir 23 bailarinos, unificar a coreografia, com cada um deles em casa? A solução foi usar tecnologia e arte, juntas, para levar ao público o espetáculo de estreia da temporada 2021.

E o recurso? O drone. Que foi buscar, dentro das casas, o talento de cada um. Equipe técnica à distância e o registro dos movimentos na sala, na garagem, no terraço em voos rasantes.

Dirigir um espetáculo nestes moldes foi um desafio enorme para o coreógrafo João Vitor Rosa: “O público tem oportunidade de ver o bailarino muito de perto e também de ver esse movimento nessa perspectiva mais viva, que a câmera rodeia o bailarino e pega de ângulos que normalmente nem ao vivo a gente conseguiria”.

Mas a ousadia foi mais longe: uniu balé e a Orquestra Sinfônica do Paraná. Os instrumentistas também estavam em casa, fazendo encontros e apresentações só pela internet

“Normalmente, a gente toca no fosso do palco do Guaíra. E o balé dança em cima da gente. Então, é bem diferente estar separado de novo”, diz Leonardo Gorosito, instrumentista.

E o que todos eles querem mesmo é voltar a sentir o calor, o carinho e os aplausos do público. Por hora, é se contentar com a plateia virtual.

“O dia que a gente puder voltar, a gente terá aprendido o que é esse isolamento, que saudades das pessoas, de abraçar as pessoas. Então, acho que a gente vai voltar de um jeito muito legal, tomara que o mundo fique um pouco mais legal”, destaca Mônica Rischibieter, diretora do Teatro Guaíra.

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