DIÁRIO DA PANDEMIA

Foi assim: o rei Leão reunião a patota toda e declarou que pretendia continuar a ser rei, nesta e na outra encarnação. Talvez ele tenha querido dizer eleição, mas falou encarnação mesmo. O Burro levantou o dedo para pedir data vênia, seja lá o que isso signifique, e disse uma frase inteligente, talvez a única de sua vida. “Está pensando que somos todos burros?” A Girafa abanou a cabeça, “não, eu não sou”. A Vaca Mocha rebolou as cadeiras, “não, eu não sou”. Ninguém queria que o rei Leão se providenciasse ad aeternum no Poder. Então, ele perguntou se deixasse de ser rei e passasse a ser réu, se essa mudança de letra em seu nome ia melhorar as coisas. Todo mundo aplaudiu a entrada em cena do réu Leão. O burro ia dizer a segunda frase mais inteligente da sua vida, que seria “isso não vai dar certo”, mas ficou de boca chiusa, desprovendo a humanidade de mais uma pérola de nosso cancioneiro.

A propósito, amanhã, no Auditório de Nossa Senhora de Salete, ocorrerá o lançamento do livro Cartas Marcadas, onde são ensinados os truques para se jogar truco.

Filme: THREE DANCING SLAVES. Direção de Gael Morel. Primeiro vamos traduzir o título, senão ninguém entende. Three significa árvore, em Inglês. Dancing são dão cinco. E Slaves quer dizer eslavos. Traduzindo: As cinco árvores dos polaquinhos. Por que não botam um título que todo mundo entenda é o que não consigo compreender. A película conta a história de meninos safados que se escondiam atrás de uma árvore, ali na Praça Nossa Senhora de Salete, exatamente a las cinco en punto de la tarde.