Da FSP
Morre Marilena Ansaldi, bailarina pioneira e estrela do Municipal, aos 87 anos
Artista ganhou destaque na década de 1960, quando trabalhou no Teatro Bolshoi, na Rússia
A bailarina e atriz carioca Marilena Ansaldi morreu, aos 87 aos anos, nesta terça-feira (9), devido a complicações pulmonares. A informação foi divulgada no Instagram do diretor teatral José Possi Neto, amigo da artista.
Ansaldi, filha de pai e mãe artistas, iniciou sua carreira após ingressar na Escola de Dança de São Paulo, em 1951, e ficou conhecida como um dos primeiros e maiores nomes a compor o Corpo de Baile do Theatro Municipal de São Paulo. A artista se destacou por realizar e produzir os primeiros espetáculos brasileiros do teatro-dança.
No início da década de 1960, a artista participou do Festival da Juventude em Helsinque, na Finlândia, e estudou balé na Rússia, onde atuou no Teatro Bolshoi, em Moscou. Na década seguinte, quando retornou ao Brasil, trabalhou em obras como “Escuta, Zé!”, de Celso Nunes, e “Um Sopro de Vida”, de Possi Neto.
Além dos palcos, Ansaldi também trabalhou como atriz na televisão, na minissérie “Rabo de Saia”, de 1995, e na novela “Selva de Pedra”, de 1986. Em 1994, ela lançou sua autobiografia, “Atos: Movimento na Vida e no Palco”.
Num vídeo de homenagem à artista, Possi Neto definiu Ansaldi como a “grande dama dos palcos”. “Ela morreu triste com o que via do mundo, nessa pandemia, e principalmente, de um Brasil que andava para trás e abraçava a ignorância, a hipocrisia e o moralismo.”
“Marilena foi, acima de tudo, uma grande amiga”, diz ele. “Uma mulher inspirada, cheia de lirismo e poesia, debochada, engraçada e irreverente.”
O último trabalho de Ansaldi foi em 2019, no espetáculo “Depois”, da companhia de dança Studio 3, com direção de William Pereira e coreografia de Anselmo Zolla.
O corpo da artista será velado nesta terça, às 14h30, no Cemitério Vila Alpina, em São Paulo. O número de pessoas na cerimônia é limitado devido à pandemia do novo coronavírus.