6:33NELSON PADRELLA

DIÁRIO DA PANDEMIA

*(último capítulo da novela nonsense)

A vida existe mesmo para nos dar lições.

Eu maldava tanto do capitão! Ele me viu debruçado na janela e gritou: “O senhor desça aqui. Tenho uma surpresa”. Tive três tipos de medos. Mas, lembrando que o AI5 tinha caducado, fui ao encontro. Foi muito solícito, me cumprimentou com o cotovelo, observando a distância, e me convidou para entrarmos. Entramos. Trouxe a caixa onde estava acondicionada sua boneca e me disse que tinha comprado pra mim, quando soube da minha perda. Fiquei sem saber o que dizer. Ele entendeu minha emoção. Peguei a caixa e a trouxe para meu cafofo. Jolim rosnou feio quando entrei. Fim.

*Vi a foto do vosso presidente correndo na pista. Gritei, daqui do meu cafofo: “Vai, presidente, não pare”. Minha esperança era de que não parasse e corresse até o fim da terra plana.

* Não se pode negar que o general da Saúde tem provado a todo momento que é pessoa de confiança. O chefe diz “sapo” e ele pula.

* Nesse país tudo é avacalhado. Nem fascistas os caras sabem ser. Faz-se necessário um curso de fascismo para que todos entendam melhor a coisa.

* Eu só acredito naquilo que vejo, naquilo que pode ser provado. Vejo a lua redonda no céu e depois vejo que uma parte foi devorada. Disseram que o dragão come a lua e São Jorge, montado em seu cavalo, faz esse demônio devolver o roubo, e a lua torna a ficar redonda. Isto está provado e é assim que eu acredito.

PERGUNTAR NÃO OFÉLIA: Se mulheres de aluguel são consideradas meretrizes, como devemos nos referir a políticos de aluguel?

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