21:55Deputados aprovam alterações no programa de Colégios Cívico-Militares

Da assessoria de imprensa da Assembleia Legislativa do Paraná

Deputados aprovam alterações no programa Colégios Cívico-Militares.

Com 42 votos favoráveis os deputados estaduais aprovaram em primeiro turno, na sessão plenária desta quarta-feira (13) na Assembleia Legislativa do Paraná, o projeto de lei 1/2021, do Poder Executivo, que promove alterações no programa Colégios Cívico-Militares, modificando as leis 20.338, de 06 de outubro de 2020, e 19.130, de 25 de setembro de 2017. A proposta recebeu sete votos contrários.

A análise da proposta ocorre mediante uma convocação de Sessão Legislativa Extraordinária, que interrompeu o recesso legislativo. A retomada das atividades acontece de acordo com o Sistema de Deliberação Misto, aprovado no fim do ano passado, em que até 27 deputados podem participar da sessão no plenário da Assembleia e os demais através do sistema remoto.

O líder da Oposição, deputado Professor Lemos (PT), voltou a criticar a proposta, que segundo ele diminui a opção para o ensino noturno e de jovens e adultos perto da residência, o que pode aumentar a evasão escolar, além do fim da eleição para diretores nesses colégios. “Os municípios que têm uma única escola com ensino noturno, se ela for transformada em cívico-militar acaba com o ensino noturno. E os trabalhadores que precisam estudar a noite? E se essa escola também atende ao EJA? Também acaba”, relatou. “Isso não vai melhorar a qualidade da educação, inclusive vai proibir a eleição de diretores pela comunidade escolar e o ensino em tempo integral. O Governo tinha que investir em escolas em tempo integral, ampliar o currículo, mas faz o contrário, está empobrecendo o currículo de todas as escolas”, completou.

O líder do Governo, deputado Hussein Bakri (PSD), defendeu o projeto e citou que o programa vai abranger menos de 10% dos colégios do Estado e que quase 2 mil colégios continuarão com o sistema convencional de administração e ensino. “É um projeto importante com o apoio da população que enxerga nesse modelo uma opção a mais para os pais. Mas é preciso deixar claro que é uma opção. O Paraná tem aproximadamente 2.200 escolas e estamos falando de apenas 200 escolas. Não existe militarização de escola, é um modelo misto”, disse. “Está claro que a mudança que colocamos aqui, ela visa estruturar algumas questões que foram detectadas durante o andar da carruagem, como a contratação dos policiais da reserva remunerada”, completou.

Em uma sessão plenária extraordinária, quando o projeto seria votado em segundo turno, a proposta recebeu oito emendas apresentadas pelos deputados e retornou para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

CCJ – Por tramitar em regime de urgência, os deputados que integram a CCJ se reuniram logo após a sessão plenária para análise das emendas de plenário. São três emendas supressivas e cinco aditivas. O relator, deputado Delegado Jacovós (PL) apresentou parecer favorável às emendas, mas um pedido de vista do deputado Tadeu Veneri (PT) adiou a votação.

A Comissão volta a se reunir nesta quinta-feira (14) às 8 horas.

Também nesta quinta-feira (14) às 9 horas será realizada uma sessão plenária para votação do projeto em segundo turno.

O programa – Segundo o Governo do Estado, 200 colégios da rede estadual adotarão o modelo cívico-militar. Com o novo modelo, os alunos terão aulas adicionais de Português, Matemática e Civismo, com ênfase no estudo de leis e cidadania. Os alunos do Ensino Médio também terão aulas de Educação Financeira.

Além disso, a gestão dos colégios será compartilhada entre o diretor civil e o militar. O primeiro permanece encarregado das questões pedagógicas e o outro é responsável pela infraestrutura, patrimônio, finanças, segurança e atividades cívico-militares. O programa é o maior do País na área, com investimento de cerca de R$ 80 milhões.

Mudanças – O projeto de lei prevê alterações na lei nº 20.338, de 06 de outubro de 2020, e na lei nº 19.130, de 25 de setembro de 2017. Entre as modificações propostas na legislação que instituiu o Programa Colégios Cívico-Militares, está a exclusão da exigência de que o município tenha mais de dez mil habitantes como critério para fazer parte do programa. Dessa forma, se a nova redação for aprovada, qualquer município que tenha, no mínimo, dois colégios estaduais que ofertem ensino fundamental e médio regular situados na zona urbana pode fazer parte da seleção.

Outra mudança será a inclusão no texto de regras que devem ser seguidas pelas instituições de ensino a partir do momento em que forem selecionadas e validadas pela comunidade escolar por meio de consulta pública para implementar o programa. Não será permitido ofertar ensino integral, técnico e educação para jovens e adultos, não haverá aulas no período noturno e as instituições não podem ser em área rural, indígena, quilombola ou conveniada e nem ter dualidade administrativa.

Outra modificação solicitada é no texto da lei que instituiu a Diária Especial por Atividade Extrajornada Voluntária e a Gratificação Intra Muros.  Pela proposta, o militar transferido para a reserva remunerada, que esteja no comportamento bom, até dezembro de 2020 poderá integrar o Corpo de Militares Estaduais Inativos Voluntários (CMEIV) e, em caráter excepcional, exercer atividades nas instituições de ensino participantes dos Programas Colégio Cívico-Militares e Escola Segura.

2 ideias sobre “Deputados aprovam alterações no programa de Colégios Cívico-Militares

  1. tanso

    Pena que minhas filhas já estão na faculdade. Faria questão de NÃO matricular as duas em escolas desse tipo. Claro que pode ser melhor que nada, mas existindo um pouquinho só de vida inteligente é melhor seguir modelos mais evoluídos.

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