por Jamur Jr.
Contam historiadores mais credenciados que em Guaratuba, como em Paranaguá, colocar apelidos era uma prática rotineira. Maioria das pessoas mais conhecidas eram chamadas pelos seus apelidos. Dizem que apelidar pessoas é uma herança deixada pelos portugueses que são craques nesse jogo. Vejam o caso de Guaratuba, onde pessoas com apelidos poucas vezes foram identificadas por seus nomes de batismo, a começar por um ex-prefeito muito querido que se chamava Rene Silveira, mais ficou conhecido como Nezinho. Foi eleito , trabalhou bem pelo município, deixou a prefeitura com o mesmo apelido, Nezinho. Mesmo dentro das famílias o apelido sempre foi utilizado sem deixar traços de indignação do apelidado. Meu avô, que veio do Líbano, montou um pequeno armazém em Guaratuba e ficou conhecido como Miguel Barateiro. Seu nome era Miguel José Jamur. Meu pai, de nome José Jamur, era conhecido como Juca. Meu tio Moacyr era Cecy; outro tio, Adib, era Didi, e o mais velho de todos, Waldomiro, era oValduca. Em Paranaguá, amigos e conhecidos só conheci pelo apelido: Pingo, Pinto Louco, Perigo Fino, Bargrinho, Peixe Boi, Joaquim Marmita, Jefu e muitos outros. Um se destacava pelo rosto marcado com buracos deixados por uma varicela no tempo de criança. Ganhou o apelido de Areia Mijada. Bons tempos, de muita paz, alegria, amizade e solidariedade. Tempos que não voltam mais. O mundo mudou a sociedade ficou mais mais triste e mais violenta, não?…