8:17Histórias de um repórter policial

por Jamur Jr.

“No nosso tempo era muito melhor” afirma o repórter com o entusiasmo de um profissional que se destacou nos ‘anos dourados’ do rádio e televisão no Paraná. Seu nome: Algaci Tulio. Repórter policial com raro talento para investigar, conversar, convencer e transmitir com detalhes honestos o que via e ouvia nas ruas de sua cidade. Talento, determinação e coragem sempre o motivaram a levar avante suas iniciativas para desvendar crimes e reduzir a violência, colocando nas mãos da justiça os infratores que perturbavam a família curitibana. Quando a TV Paraná decidiu reformular sua programação jornalística,  fiquei encarregado de dirigir o setor e criar novos produtos para conquistar o público. Inicialmente foi para o ar um telejornal ao meio-dia apresentado por Jorge Yared e Paulo Furiati, com a participação de repórteres esportivos e comentaristas. A grande novidade foi o primeiro telejornal às sete horas da manhã. O nome foi sugerido por
Renato Schaitza, amigo de saudosa memória e um dos melhores jornalistas do Paraná. O telejornal batizado de Café com leite. Era preciso colocar no ar um apresentador que fosse identificado com o nome do telejornal. Fomos buscar o ator e jornalista Narciso Assumpção, que trabalhava na Tribuna do Paraná. A reação de Narciso ao convite feito foi uma grade gargalhada e um comentário curto: “Você está maluco? Onde se viu um preto apresentando jornal na televisão?”, disse ele. “Bom, amigo, quem não viu vai ver e gostar”, respondi. Passamos vários dias treinando o novo apresentador e procurando uma moça loira para ser a companheira  de apresentação.   Encontramos ela no balcão da loja Prosdócimo. Convite feito, aceito e uma série de treinos para o evento. Mas um programa de notícias pela TV às sete da manhã precisava de um repórter policial, bom, determinado e com alto nível de talento. Foi sugerido o nome de Algaci Tulio. Ele trabalhava na Rádio Emissora Paranaense e fazia as folgas do titular do programa, José Vicente. Tulio aceitou de pronto e passou a fazer parte da equipe que tinha também um repórter esportivo, Dias Lopes, excelente profissional. Tulio se destacou, ganho público maior e muitos convites para  ser titular de programas em outras emissoras de rádio. Foi astro na Rádio Independência.

Nesse tempo, quando estava no auge de sua atividade, houve uma fuga na Penitenciaria Central. Um bandido perigoso, que invadia residências para roubar, mantinha uma família inteira com o refém, enquanto a PM cercava a casa e dava ultimatos para o bandido se entregar. Lá pelas tantas o marginal anunciou: Só me entrego para o Algaci Tulio e um Juiz.” O repórter, que circulava pela cidade num fusca da rádio, foi contatado e se dirigiu com o juiz Valeixo para o bairro Vila Lindóia, onde o bandido continuava ameaçando matar pessoas. Quando chegaram e foram anunciados, o marginal mandou que ambos colocassem as mãos sobre a cabeça e entrassem. Isso feito, receberam as armas do bandido e um pedido: “não me entreguem para a polícia; quero ir para a Secretaria de Justiça e voltar para o presídio – vivo!”

5 ideias sobre “Histórias de um repórter policial

  1. SERGIO SILVESTRE,ruim

    Programas policiais,muito mais lixo do que coisa aproveitável,nunca mostram a cara do grande traficante ou ladrão do colarinho branco,só pobres,pretos e putas.e a maioria usa isso para degrau politico.

  2. Rock

    Perfeito Sergio Silvestre, esses programas são um desserviço a população só manipula e ensina coisas erradas. Em países de primeiro mundo esses programas idiotas são inexistentes e se teimarem em existir não tem público.

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