Para refrescar a memória, no dia 29 de setembro passado este blog publicou a notícia sobre um acordo direto da União Química com a Rússia para produção da vacina Sputinik. O ex-deputado Rogério Rosso, diretor de negócios internacionais da empresa, comandava o negócio. O governo do Paraná apareceu e ganhou espaço no noticiário com o protocolo de intenções com os russos, abrindo a possibilidade de o medicamento ser produzido em Curitiba nos laboratórios do Tecpar. Hummmmmmm. No final de agosto o Palácio Iguaçu informou que iria submeter à Anvisa o protocolo de intenções de validação para a fase 3 dos testes – e que eles deveriam iniciar em 15 dias. Seriam 10 mil testes. Até hoje, nada, mesmo porque os russos, assim, de repente, não mais que de repente, fizeram uma contrapartida: realizariam 500 testes. No Governo do Paraná a maionese começou a desandar o passar do tempo e a batata quente sem solução. Tanto que o governador Ratinho Junior chegou a pensar até em chutar o balde por causa do mico – e ele tem um olho em Brasília e outro no eleitorado para reeleição. O início da vacinação em vários países do mundo (menos no Brasil) fez a corda esticar ainda mais. A Argentina comprou 20 milhões de unidades da vacina russa e começou ontem a imunizar a população, passando por cima da burocracia paquidérmica que sempre atravanca tudo. Enquanto no Centro Cívico parece que tem gente ainda olhando pro céu para ver se o Sputinik passa, agora surge a notícia de que, também como foi publicado aqui, o laboratório que tem um ex-deputado federal como negociador desde o começo (o sobrenome Rosso é uma coincidência), pode fabricar e iniciar os testes com a tal – em Brasília! Se alguém perguntar porque tudo isso, uma resposta pode ser a de sempre: muita prata na jogada. A seguinte frase, contudo, pode ser o fio da meada, e também aqui publicada para tentar explicar a barafunda: “Tudo por culpa deles… foram andar com os meninos da zona norte…”. Em tempo: este Norte não é do país, mas do Paraná.
Desculpas para a incompetência….