DIÁRIO DA PANDEMIA
Inventei de caminhar de olhos fechados pela casa. Como se fosse noite sempre. Como, de certa forma, é. No começo foi divertido. Até que uma porta entreaberta surgida sei lá de onde me presenteou um galo na testa. Há males que vêm pra bem. Agora tenho com quem conversar às noites. O galo senta à beira da cama e pega de falar de frangas e ovitudes, de milhos e quintais. Percebi que evitava falar sobre pintos. Mas, é assim mesmo, tem cara que não pensa em montar família. Até porque isso de montar em família sempre me soube uma coisa mais equina. Mas, quando fala em milho o cara se entusiasma. Sente-se um empreendedor frustrado, alijado do agronegócio. Não para mais de falar sobre o desenvolvimento de muitas culturas, como a asteca, a tolteca, a maia, que levavam a sério a produção dessa gramínea. Foi o cara falar em cultura maia e quem é que me aparece com aquela cara de onde estou? O Nhonho. Jolim só não atacou porque tinha saído pra comprar cigarro.
Filme: IREI COMO UM CAVALO LOUCO (direção de Fernando Arrabal) – Cenas incríveis de uma autoridade que vai à cerimônia de posse do presidente dos Estados Unidos equipado para a prática da equitação.
ZB!
Avise o Padrela que, pensando bem, melhor é um galo no terreiro do que dois na testa!!