A vida é um milagre
Assim sei, assim vi
Não é o que abate
O perdedor
Nem exalta
O desamor
É o que é
Não o que se faz
Sobe os muros altos
Cobre telhados mortos
Sopra palavras
E preenche casas
A vida é salto vivo
Sem perigo
Sem rancor
É a linha da luz
É o quando se for
É a medida perfeita
Conduz e faz calor
A vida é a última
A se por
E põe mesa
Derruba sóbrios
Ergue o dissabor
Dos seres levianos
Dos que nunca compõem
Uma obra à vida
Uma ferida dói
Mas a ela se constrói
Largas crueldades
Rasas racionalidades
E a vida se foi
Com um tambor premente
Com a semente que se doou
A ventania desprende a folha que plana em meio a tempestade ,até cair no rio revolto e salvar a formiguinha naufraga.