Assim é:
“Perfume de alfazema e algumas confissões perdidas”: em livro uma história de amor baseada em cartas
Numa data imprecisa um jovem casal troca cartas – a moça numa cidadezinha de interior escreve ao rapaz que mora no Rio de Janeiro. A distância entre eles não interfere no amor que nutrem e que ocultam dizendo-se “bons amigos”. A história de Júlia e Frederico compõe as páginas de Perfume de alfazema e algumas confissões perdidas, de Zeca Corrêa Leite, que está chegando ao público neste fim de ano em plena pandemia.
O livro encontra-se à venda na loja Rose Petenucci Chocolates e Biscoitos Finos (Rua Elias Joaquim, 55). Custa R$ 35,00, mas pode vir acompanhado de biscoitos e chocolates de lavanda, com a grife Petenucci, em embalagem produzida pela loja, com preço diferenciado.
“Diria que é um romance epistolar”, comenta o autor. O ponto de partida para a criação de Perfume de alfazema e algumas confissões perdidas, explica Zeca, surgiu com o convite da produtora cultural Monica Drummond para um almoço onde também estaria a professora de História das Artes Rosemeire Odahara.
Odahara tinha sugerido à Monica a produção de um livro que contivesse cartas e envelopes, baseando-se em trabalhos já existentes no mercado. Monica, de imediato, indicou o nome de Zeca para criar o texto e marcou o encontro num restaurante.
Conta Zeca Leite que durante a refeição Perfume de alfazema e algumas confissões perdidas começou a ser delineado:
– Enquanto as mulheres conversavam com um amigo que aparecera ali por acaso, fixei-me na imagem de um lugarejo onde ventava muito. Em seguida imaginei perfume de alfazema no ar. A partir daí surgiu o título, mas a trama foi sendo urdida aos poucos.
Dia e noite
Os jovens apaixonados, Júlia e Frederico, vivem em ambientes distintos e correspondem-se durante anos. Ela escreve suas cartas em horários variados do dia, narrando cenas e acontecimentos simples que presencia de sua casa. O moço, por sua vez, dedica-se a escrita somente à noite, ouvindo rádio e tendo um cão sonolento por companhia. O ruído do bonde que passa na rua onde mora quebra o silêncio das altas horas.
Detalhe: as cartas não trazem datas. A ousadia é de Júlia que, no lugar do cabeçalho, colocou uma frase solta: “um dia assim, não sei de que jeito…”. Frederico surpreende-se com a ousadia, mas aceita de bom grado a novidade. “Gostei tanto que estou copiando-a, se me permite”, confessa. No alto da página, sua frase inicial é: “silêncio, o som mecânico do bonde”.
Perfume de alfazema e algumas confissões perdidas vem acondicionado numa caixa como se as cartas trocadas entre os jovens estivessem ali guardadas. Há, inclusive, uma fita enfeixando o volume, fortalecendo o conceito de um conjunto de correspondências antigas. O projeto gráfico – primoroso – é de Adriana Alegria; a revisão de textos ficou a cargo de Michele Müller.
A edição da obra contou com a chancela do Programa de Apoio e Incentivo à Cultura da Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba, incentivo cultural da Esfera Informática, V.Weiss Logística e Transportes, Opus Múltipla, Cartrom Embalagens e apoio do escritório Cultural Office.
“Perfume de alfazema e algumas confissões perdidas”, de Zeca Corrêa Leite. À venda na loja Rose Petenucci Chocolates e Biscoitos Finos (Rua Elias Joaquim, 55, fone 3254-8338). R$ 35,00. Embalagens com biscoitos e chocolates de lavanda mais o livro: preço a combinar.