por Jamur Jr.
Antonio Nerone Caruso, nascido em Curitiba em 1904 chegou em Guaratuba em 1939, depois de uma viagem cansativa – primeiro pela Estrada da Graciosa e depois pela praia, desde Praia de Leste até o Porto de Passagem, onde embarcou na canoa de Maneco da Passagem para atravessar a baía. Quando a canoa passou pela ilha do Rato e colocou o bico na direção da vila, Caruso ficou deslumbrado com o cenário que viu: casas coloniais, todas coladas umas nas outras, formando uma moldura na bela paisagem. Caruso apaixonou-se no primeiro olhar, tanto que no ano seguinte pegou a mulher e o filho Enrico e acomodou a família no Grande Hotel de propriedade da Empresa Balneária Brejatuba, do dr. Joseph de Plácido e Silva. O Grande Hotel era uma construção de madeira em plena Avenida 29 de Abril, que nessa época era revestida com sambaqui. Tinha direção de José Azulay, um espanhol que acompanhou o irmão Moisés Azulay, conhecido como Patriarca e que montou um café famoso na vila. Nesse tempo em Guaratuba quase todo mundo tinha um apelido. Com a convivência de Caruso com os moradores, ganhou o apelido de Nero, como ficou mais conhecido. Certa ocasião, chegando de canoa em Guaratuba, Nero, sempre alegre e feliz, soltou uns foguetes para expressar sua satisfação. Quando a canoa aportou no trapiche, Caruso foi recebido por uma pequena multidão apreensiva – e recebeu voz de prisão do delegado de policia. Com o Brasil participando da Segunda Guerra Mundial, era proibido soltar foguetes. Caruso não se deu conta disso e como era conhecido e muito estimado foi liberado. Terminada a Guerra, Nero assumiu a direção do Cassino que foi fechado logo depois por ordem do Presidente Dutra. Ele então foi convidado pelo administrador da empresa Balnearia, o sr. Waldomiro Jamur, para assumir a gerencia do Hotel Balneário onde ficou alguns anos. Quando deixou o hotel, montou uma confeitaria no outro lado da rua, onde turistas e moradores passaram a conhecer a famosa empada do Caruso
PS: Essas e outras histórias de Guaratuba estão no meu livro ‘Memória Caiçara’. Outras, da mesma cidade e de Paranaguá, estão no computador aguardando ânimo para virar livro, ou permanecer apenas na Internet….
Adoro os seus relatos mestre Jamur …..onde compro o LIVRO ……joao feio