por Jamur Jr.

Quando a década de 50 se preparava para uma despedida que deixou saudades, as emissoras de rádio se reorganizaram para enfrentar a concorrência com a Televisão, que prometia conquistar o grande público com seus programas variados. No rádio a música continuou sendo a matéria prima principal da programação. A maioria delas mantinha um grupo de músicos e cantores que atuavam em programas muito animados, apresentados em auditórios próprios e lotados de fãs. Na Guairacá, Zé Pequeno e Janguito do Rosario animavam o público com acordeon, cavaquinho, violão e pandeiro, acompanhando cantores como Luiz Silva, Universo Rodrigues e Leo Vaz, que foi para o Rio de Janeiro e lá ficou. Medeiros Filho, cantor romântico que veio de Florianópolis, gostou de Curitiba e aqui cantou até não poder mais; Humberto Lavalle, excelente intérprete de músicas italianas, além de Evanira Santos, ótima cantora sempre muito aplaudida. O Rádio era alimentado basicamente pelos músicos e cantores locais, além dos discos de gente famosa que chegavam pelas mãos de divulgadores profissionais. Mas a capital paranaense contava ainda com orquestras e conjuntos musicais que animavam bailes, matinês em clubes e algumas apresentações em auditórios. Genésio e sua orquestra estava entre as preferidas para bailes de debutantes nos melhores clubes da cidade; Breno Sauer e seu conjunto, um grupo de gaúchos que veio e ficou, era um dos preferidos dos diretores artísticos; Bepe e seu conjunto, sempre muito animados, Adir de Lima e seu grupo, que se tornou conhecido acompanhando Marcos Malucelli no progama “Esta noite tem serenata” da TV-Paranaense. No restaurante que funcionava ao lado do Cine Avenida, na Boca Maldita (que ainda não tinha esse apelido), havia música ao vivo com um grande conjunto de bons músicos. Curitiba já foi uma cidade extremamente musical, muito versátil e democrática, ao ponto de ter um grupo musical formado por um argentino, um espanhol e um uruguaio. Mendez,  no piano, Pelejero, no bandoneon e Leo El Morocho, no violiono, formavam o time da “Boite Cadiz”, na Rua Jose Loureiro, onde apresentavam “O Tango Abraça o Samba”. Gebran e seu conjunto defendiam o ritmo brasileiro com elegância e alta qualidade.