DIÁRIO DA PANDEMIA
(*) Deixa eu contar. Fiz-me à janela na esperança de ver algum pombo à mão. Refogado com batatas e cebolas fica uma delícia. Não tinha pombo, mas tinha um corvo olhando para mim. “Como te chamas?” – perguntei, posto que sempre quero saber com quem estou falando. O pássaro não se fez de rogado. “Morales”. Fiquei preocupado. Um corvo paraguaio. Era só o que me faltava. “O que o traz aqui?” – ousei perguntar. Se eu não tinha uma xícara de farinha de trigo. E sal. E fermento. E uma forma de assar pão. E um forno…” Perguntei se não cairia bem ter também um, profissional da massanaria para construir seu pão. Mexeu o bico pra cima e pra baixo, dizendo sim. Foi dessa forma que conheci Cuerbo Morales, il Piduncho.
(*) Gostem ou não da Rede Globo de Televisão, ela está prestando um excelente serviço ao país na medida que abraça a luta contra o racismo, representada no vergonhoso episódio do assassinato do cidadão negro João Alberto por dois seguranças de supermercado.. Se o país se calar, o crime será esquecido. É preciso que as vozes de todos os brasileiros se unam numa só voz de condenação ao racismo.
(*) Donald arriou as calças. Vai ter que entregar a rapadura. Agora é a vez do amiguinho brincar na Casa Branca. Bateu o pé, chorou, ameaçou morder, mas nada mais poderia ser feito. Bem que seu coleguinha do Brasil ofereceu pólvora. Mas invadir aquele país com todo nosso poderio militar causaria mal ao amado território. Nossa bronca não é contra os Estados Unidos. É uma coisa mais íntima, uma coisa de pele. Aquilo lá sem Donald será como a Disney sem o Pateta. Por falar em Pateta…deixa pra lá.
Filme de hoje: A LEI DO DESEJO conta a história de um presidente da República que quer continuar no cargo e outro Presidente que jamais deveria ter entrado.
Onde está o “negro” que morreu no mercado? Devo ser daltônico ou algo parecido, pois todas as imagens que vejo sobre o caso mostram um homem pardo!