Gostaria tanto de mostrar-lhe que a vida é um milagre. Mas não posso. O máximo que posso sinalizar a isso é poder dizer-lhe: ouça, veja, sinta, toque, inspire(-se). Ah, os sentidos! Estes não (?) traiçoeiros mensageiros dos céus. Pareço um tanto quanto religiosa, porém explicar o irrefutável aos sentidos já tão (mal) acostumados ao corriqueiro só me chega por palavras e atos simples. Pareço uma crédula que fala coisas que aprendeu ao ler sobre a nossa tão almejada sabedoria. Mas a vida é maior e mais bonita e mais verdadeira que qualquer mérito que se venha a ter. É pura e cabalmente a única via em linha reta a se seguir. Um milagre a vida é (como diria aquele mestre). E eu a encontrei enterrada no fundo de minha solidão. Para fazer da alma a festa dos que me julgaram por meus erros.