Da assessoria da Itaipu
Na quinta visita ao Paraná como presidente, Bolsonaro assina pacote de obras financiadas pela Itaipu
Entre elas está a restauração, implantação e pavimentação da Estrada Boiadeira, em uma parceria que envolve o DNIT e o governo do Paraná. Os investimentos da binacional em obras estruturantes já somam mais de 1,4 bilhão no Estado, em especial no Oeste, região de abrangência da usina.
O presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, anunciou e autorizou, nesta sexta-feira (6), em Renascença (PR), uma série de ordens de serviços de obras que serão financiadas pela margem brasileira da usina de Itaipu – entre elas, a restauração, implantação e pavimentação da BR-487, a Estrada Boiadeira, antigo sonho de ligação do Paraná à rota bioceânica.
Para esta obra, a parceria envolve o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o governo do Paraná (por meio do Departamento de Estradas de Rodagem, DER-PR) e a Itaipu Binacional. Os recursos de R$ 223,8 milhões serão financiados pela margem brasileira da usina. O projeto prevê restauração, implantação e pavimentação, com obras de arte especiais, incluindo pontes e viaduto.
Também foram assinados os planos de trabalho de outros três convênios: supervisão, implantação e pavimentação da Rodovia BR-163 (contorno de Guaíra); execução das obras de adequação de capacidade da Rodovia BR-163 (contorno Oeste de Cascavel); e a revitalização da Ponte Ayrton Senna, em Guaíra.
No total, o pacote de obras financiadas pela margem brasileira de Itaipu reúne 31 empreendimentos, com investimentos de mais de R$ 1,4 bilhão, provenientes de recursos realocados em um ano e oito meses, desde que o general Joaquim Silva e Luna assumiu a Diretoria Geral Brasileira da empresa. Somente o termo de compromisso para as quatro obras (na Estrada Boiadeira, contorno de Cascavel, contorno de Guaíra e Ponte Ayrton Senna) assinado nesta tarde de sexta-feira somam R$ 417,38 milhões em recursos da Itaipu.
Os convênios foram assinados durante inauguração da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Bedim, em Renascença. O evento é também simbólico para a Itaipu, pois marca a inauguração de uma produtora de energia que vai movimentar a economia com a geração direta e indireta de empregos – da mesma forma que a binacional, que, em maior escala, também tem esse papel, indo além da sua atividade-fim (gerar energia).
A cerimônia reuniu ainda o ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes; o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça; o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior; o diretor-geral brasileiro da Itaipu, general Joaquim Silva e Luna; e o diretor de Coordenação da usina, general Luiz Felipe Carbonell, entre outras autoridades.
Melhor parceria em infraestrutura
Durante a solenidade, o presidente Jair Bolsonaro ressaltou o “ótimo relacionamento com o governador Ratinho Júnior”. “Inclusive tenho na Itaipu não apenas um diretor, mas alguém que atua também como um ‘secretário do governador Ratinho'”, disse, referindo-se ao diretor-geral brasileiro, Joaquim Silva e Luna, e às parcerias envolvendo a usina e o governo do Paraná. “O general foi a melhor escolha que poderia ter feito para o cargo. Tem pulso firme e tem feito um trabalho de excelência. Por isso está dando resultado.”
Ao cumprimentar as autoridades, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas disse que veio à inauguração da PCH especialmente por causa do general Silva e Luna. “Já que viemos celebrar, vale destacar que temos com o Paraná a melhor parceria da área de infraestrutura”, disse o ministro, lembrando dos investimentos da Itaipu em obras estruturantes “que já somam R$ 1,4 bilhão”.
O governador Ratinho Junior destacou o fato de o Paraná “ser o estado mais visitado pelo presidente” e boa relação como governo federal. “Pedimos ao ministro Tarcísio e ao general Silva e Luna para ajudar o Paraná a dar um grande salto. Perdíamos muito. Não ganhamos ICMS com a exportação de energia. Hoje, parte disso é revertida para o Estado. Estamos sendo compensados com essa gestão eficiente. Obrigado, presidente Bolsonaro.”
Silva e Luna lembrou que “contribuir com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no Paraguai é parte da missão institucional da Itaipu”. “E essa missão vem sendo cumprida à risca também por meio do apoio às obras estruturantes. Tudo isso com foco na eficiência da gestão e na alta produtividade da atividade fim (geração elétrica), sem aumento da tarifa de energia”, afirmou.
Estrada Boiadeira
A partir desta sexta-feira (6), começa a contagem regressiva para a conclusão da Estrada Boiadeira, um antigo sonho de futura ligação do Paraná à rota bioceânica, entre os oceanos Atlântico e Pacífico. Serão 900 dias, ou seja, dois anos e quatro meses, para a entrega da obra. Será feita uma medição do que já foi executado para dar continuidade à construção da estrada.
O projeto da rodovia contempla a pavimentação de quase 47 quilômetros de pista, incluindo 9,7 quilômetros no contorno sul de Icaraíma, 4 quilômetros no contorno Noroeste de Santa Elisa, melhorias de acesso e infraestrutura de escoamento de água.
A BR-487 ficou conhecida como Estrada Boiadeira por estar diretamente ligada à história dos tropeiros que, no século passado, traziam gado comprado em Mato Grosso do Sul para engordar no Paraná.
O trecho liga os municípios de Icaraíma (Porto Camargo) e Umuarama (Serra dos Dourados), no Noroeste do Paraná. No futuro, a rodovia fará a interligação com o Corredor Bioceânico, uma rodovia de mais de 2,4 mil quilômetros entre Campo Grande (MS) e o Porto de Antofagasta, no Chile.
O corredor permitirá a conexão dos portos brasileiros de Santos (SP) e Paranaguá (PR) ao Norte do Chile, reduzindo em até duas semanas o tempo de viagem das exportações do Brasil até os países do Oriente, principalmente China, Japão e Coreia do Sul.
A Estrada Boiadeira ligará o Noroeste do Paraná à cidade de Porto Murtinho (MS), ponto de conexão com o Corredor Bioceânico. A rodovia está dentro da área de abrangência da bacia do Rio Ivaí, que desemboca no Rio Paraná e é importante pela sua contribuição ao reservatório da hidrelétrica binacional.
Sexto encontro com Silva e Luna
Em 18 meses à frente da Diretoria Geral Brasileira de Itaipu, este é o sexto encontro entre o general Silva e Luna e o presidente Bolsonaro. Dos cinco anteriores, três ocorreram Foz e dois em Brasília (DF).
Em Foz, o presidente esteve em 26 de fevereiro de 2019, durante a posse do general como diretor-geral brasileiro de Itaipu; em 10 de maio do mesmo ano, para o lançamento da pedra fundamental da Ponte da Integração Brasil-Paraguai; e em agosto de 2020, para o lançamento da pedra fundamental da duplicação de um trecho de 8,7 quilômetros da BR-469, a Rodovia das Cataratas. As suas obras também são financiadas pela Itaipu.